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Artista não concluía projetos
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele era de tudo um pouco:
pintor, escultor, engenheiro,
arquiteto, anatomista, inventor
etc. Era um gênio, certamente.
Mas, por ter essa mente fértil,
Leonardo da Vinci tinha um
defeito grave: era raro que terminasse um projeto. E muitos
deles eram mirabolantes demais para serem transformados em algo real.
Sua importância para a ciência e tecnologia não está na lista
de suas supostas "invenções",
mas no seu apreço pela pesquisa experimental, pelo desenvolvimento de uma metodologia científica. Seus desenhos
técnicos são obras de arte, mas
também são precursores dos
"blueprints" dos engenheiros.
Dizem que foi precursor do
automóvel, do helicóptero, do
tanque de guerra; a lista aumenta cada vez que alguém interpreta os desenhos que produziu.
É discutível. Seu "helicóptero" tem a forma de um saca-rolhas furando o ar. Ele não voaria. O tanque de guerra feito de
madeira era impraticável.
Assim como outros do seu
tempo, ele buscava inspiração
na cultura clássica, greco-romana, mas iria além desses modelos.
Um dos motivos era a necessidade de ganhar o pão. Inventores precisavam de patronos.
Esses príncipes contratavam
profissionais que lhes fossem
úteis, como, por exemplo, pintores ou arquitetos militares.
Boa parte da produção de projetos de Da Vinci envolve máquinas de guerra. Nenhuma de
suas armas sobreviveu, se é que
algum dia foram construídas.
Ainda bem. Seus desenhos são
bem melhores.
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