FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

O cinema independente americano consagrou o filme de terror psicológico "Cisne Negro" em sua principal premiação anual, o Spirit Awards, na tarde de sábado, em tendas instaladas na praia de Santa Mônica, condado de Los Angeles.
O longa de Darren Aronofsky ficou com os prêmios de melhor filme, direção, fotografia e atriz para Natalie Portman, que interpreta a bailarina insegura e paranóica do balé de Nova York.
É o terceiro Spirit Award de Aronofsky. Em 1999, ganhou o prêmio de roteiro de estreia por "Pi" e, em 2009, melhor filme por "O Lutador".
"Inverno da Alma", que liderava a corrida com sete indicações, acabou com dois prêmios, para atriz e ator coadjuvantes -Dale Dickey e John Hawkes. "Minhas Mães e Meu Pai", indicado a cinco, ficou com melhor roteiro.
Apesar do sol californiano, um vento gelado e a temperatura por volta dos 10ºC incomodaram os convidados.
"Não esperava esse frio. Trouxe até biquíni", reclamou a diretora Lena Dunham, 24, ao falar com os jornalistas na sala de imprensa (sem aquecedor).
Ela ganhou o prêmio de melhor roteiro de estreia por "Tiny Furniture", filme que também dirige e no qual atua como uma artista em busca de emprego e amor.
Na categoria filme de diretor estreante, Dunham perdeu para Aaron Schneider e "Get Low", uma comédia dramática sobre um velho ermitão numa cidadezinha que quer encenar o próprio funeral para ouvir o que os outros dizem sobre ele.
O apresentador da noite foi o ator Joel McHale, mais conhecido pela série "Community". Mesmo passando longe das piadas infames de Ricky Gervais no Globo de Ouro, ele provocou algum espanto, principalmente ao dizer, sobre "127 Horas", que "nunca ninguém foi tão longe para se masturbar com uma mão boba".
O protagonista de "127 Horas", James Franco, que faz um aventureiro que prende a mão numa pedra, ganhou o prêmio de melhor ator.
O Spirit Awards existe desde 1984 e é considerado o Oscar do cinema independente: premia filmes americanos, ou sobre a cultura americana, feitos com menos de US$ 20 milhões (R$ 34 milhões).
O britânico "O Discurso do Rei", foi indicado a apenas um prêmio (filme estrangeiro), do qual saiu vencedor.
Outro britânico premiado foi Banksy, com o documentário "Exit Through the Gift Shop", que conta a trajetória do francês Thierry Guetta, em Los Angeles, tentando filmar grafiteiros internacionais e virar artista ele mesmo. Guetta recebeu o troféu e, ao ser questionado se o artista misterioso estava na cerimônia, respondeu: "Ele pode estar em qualquer lugar, ao seu lado", disse, rindo.


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