da Reportagem Local

A artista plástica Flávia Ribeiro, a Frapê, é uma das seis artistas que continuam sob os cuidados de André Millan (leia quadro ao lado).
Frapê concorda com o desgaste da relação entre artista e galerista. ``Está na hora de acabar com a relação centralizadora da galeria. Eu gosto da idéia de um agente que componha com outras galerias e instituições. O fechamento da Millan tem um lado positivo, pois nos faz buscar novas saídas para o mercado'', disse.
A artista, uma das selecionadas na última edição da Bienal, não tem mostra prevista para este ano, mas deve participar do evento Arte/Cidade 3.
Fernando Zarif divide a opinião de Frapê. ``Para mim, é mais interessante trabalhar em vários espaços e manter um marchand atuando para isso.''
Segundo o artista Arthur Lescher, a relação ideal com o galerista envolve não só a venda da obra, mas o trabalho de divulgação e a ocupação de diversos espaços.
``Eu queria um marchand que vendesse o trabalho e trabalhasse para ampliar o horizonte do artista. O mercado de arte é uma rede, e o marchand deve saber fazer a trama'', disse.
Cristina Rogozinski, que ainda está em situação indefinida com o galerista, acredita que o problema é mesmo o mercado incipiente, que inviabiliza a existência da galeria. ``É preciso arrumar saídas. Talvez patrocínios para as galerias. Da forma que está, acho impossível as duas partes sobreviverem. Os dois estão com a corda no pescoço'', disse.
As críticas de Gustavo Rezende, que fez mostra na galeria no ano passado, credita o fechamento da galeria Millan à administração e à curadoria de André Millan. ``Achei que ele não estava dando conta dos compromissos que assumia. Parecia que estava estressado com a relação. Também não fez um bom trabalho de marketing e misturava artistas legais com artistas muito comerciais'', disse.
Rezende teme, porém, que o fechamento da galeria prejudique o mercado. ``A Millan guarda uma tradição de família. Isso viabiliza e dá credibilidade a muitos artistas no mercado'', disse.
Além dos artistas com os quais já trabalhava, André Millan deverá ainda agenciar um artista emergente, ainda não definido.
(CELSO FIORAVANTE)
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