THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Eles testemunharam o aparecimento do drum'n'bass, a decadência do grunge, o nascimento e a morte do britpop e do Napster. Tudo isso no intervalo entre o terceiro e o quarto discos. É que "apenas" nove anos separam o megassucesso "Connected" de "Deep Down & Dirt" (2001).
"Ninguém acredita, mas fizemos muita coisa nesse tempo. Construímos um estúdio, criamos uma gravadora. Tivemos filhos... É um trabalho duro, não?", diz Nick "The Head" Hallam, 40, DJ, produtor e fundador do Stereo MC's, banda que tocará no palco principal do festival.
Formado no final dos anos 80 por Hallam e pelo vocalista Rob Birch, o Stereo MC's botou o Reino Unido para dançar com sua mescla de hip hop e house. Em 92, veio o estouro com o CD "Connected". Europa, Japão, EUA, Brasil, ninguém ficou imune à grudenta faixa-título. A música foi usada em comercial de telefones celulares, garantindo ao grupo royalties suficientes para não precisar mais pegar no batente.
"Excursionamos por muito tempo após "Connected", estávamos exaustos. Não me arrependo de nada, mas sei que perdemos muito tempo. Por outro lado, se tivéssemos lançado um disco em seguida, não suportaríamos aquilo e acabaríamos com tudo. Estaria aqui sentado, pensando: "Puxa, se esperássemos um pouco mais, talvez o Stereo MC's ainda existisse hoje'", justifica.
Em 2001, o grupo retornou com "Deep Down & Dirt". Mesmo após o longo intervalo, vinha com muito de... "Connected". "Acho que precisávamos encontrar uma referência. Olhamos aquele álbum como um ponto de partida. É o nosso novo início."
Para o show brasileiro, o Stereo MC's não terá a cantora Cath Coffey, que machucou a perna e terá que passar por cirurgia. "Isso não atrapalhará em nada. Teremos uma substituta e queremos muito conhecer o Brasil, ver um pouco de sol. Nos últimos anos parece que não há mais verão nem inverno na Inglaterra. Fica cinza o ano inteiro."


Texto Anterior: Eletrônica das cavernas
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice