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FESTIVAL DE CURITIBA
Grupos levam ao palco os textos "Vereda da Salvação", de Jorge Andrade, e "Pela Noite", do gaúcho Caio Fernando Abreu
Mineiros investem em adaptações no Fringe
VALMIR SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
Reta final para o Fringe. Novos
espetáculos entram na programação. Grupos de origens distintas
têm até domingo para conquistar
um lugar ao sol em meio às nuvens do outono curitibano.
Catorze atores recém-formados
pelo curso profissionalizante do
Palácio das Artes de Belo Horizonte apresentam "Vereda da Salvação", texto de Jorge Andrade
(1922-1984).
São dirigidos por Marcelo Bones, ligado ao grupo de teatro de
rua Andante, 15, que como que
acolhe os jovens intérpretes.
"Nosso ponto de partida foi o
jogo de atores, a movimentação
apoiada no trabalho com bastões,
que não estão necessariamente
em cena", diz Bones, 43. A partitura das ações nasceu de duplas.
Foi a forma que o diretor encontrou para dialogar com um texto
que expressa a violência no campo conjugada ao fanatismo religioso (leia crítica abaixo). Também de Minas Gerais -agora
Juiz de Fora-, a Cia. de Teatro
Sujo apresenta "Pela Noite", conto do escritor Caio Fernando
Abreu (1948-1996) adaptado por
Renato Farias.
Trata de um caso de amor entre
dois homens, interpretados por
José Eduardo Arcuri e Ricardo
Martins. A encenação de Marcos
Marinho, 48, procura traduzir a
jornada noturna dos amantes (o
jantar, a danceteria, o desentendimento na rua etc.) por meio do
movimento circular das cenas.
Privilegia-se também a ação física
dos atores, em alguns momentos
coreografias de fato.
"Como Caio, também procuramos fugir do gueto. Não é uma
peça restrita ao amor gay, diz respeito aos sentimentos de qualquer ser humano", diz Marinho.
A montagem estreou em junho
do ano passado em Juiz de Fora,
no interior mineiro, e foi recebida
"sem cenas de escândalos na platéia", segundo o diretor.
No monólogo cômico "A Caixa", de Salvador, Carolina Ribeiro, 24, adapta e interpreta os diálogos escritos por Clarissa Ribeiro, 23.
"A história é uma metáfora sobre o mito de Pandora, a reclusão
das pessoas que guardam mágoas
e desejos", diz Clarissa.
A curiosidade conduz uma mulher a um encontro acidental consigo mesma em pleno banheiro
de um restaurante.
O drama "Afeto" vem do Rio de
Janeiro como fruto da nova geração de autores cariocas. Mônica
Prinzac assina texto e direção da
peça defendida por Letícia Isnard
e Tatiana Aragão. "Falar sobre
afeto é pensar sobre o que não pode ser negociado", diz Prinzac sobre a história de duas amigas que
buscam recomeçar a vida após
um incêndio.
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