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Dia do Teatro tem atos contra Lei Rouanet
Em SP, diante do Teatro Municipal, cerca de 300 pessoas de mais de 30 grupos pedem lei federal de fomento à arte
Rio, Curitiba, Porto Alegre, Campinas, Belo Horizonte e Salvador também tiveram ontem atos pedindo fundo público para incentivar teatro
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Lei Rouanet foi a grande vilã de atos públicos realizados
por artistas, grupos e estudantes de teatro ontem, Dia Internacional do Teatro, em cidades
como São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Salvador, Porto
Alegre, Rio e Curitiba.
Em São Paulo, cerca de 300
pessoas de mais de 30 companhias, como a do Latão e a Vertigem, tomaram as escadarias
do Teatro Municipal (e lhe deram um abraço simbólico) para
gritar palavras de ordem contra
a lei de incentivo à cultura e ouvir a leitura de uma carta propondo a criação de uma lei federal de fomento ao teatro.
"A lei que propomos é baseada em um fundo público. Não
depende de renúncia fiscal,
muito menos dos departamentos de marketing das grandes
empresas, que hoje escolhem
quem ganha patrocínio", disse
Ney Piacentini, presidente da
Cooperativa Paulista de Teatro.
Em Curitiba, que até domingo sedia o seu 17º Festival de
Teatro, o ato reuniu cerca de
150 artistas de vários Estados.
Todos os atos foram organizados pelo Redemoinho, movimento que agrega grupos de
teatro de todo o país.
A proposta era tornar pública
a Carta de Porto Alegre, documento escrito em dezembro
passado cujo principal ponto é
a criação de uma lei com princípios diferentes da Rouanet.
"A mobilização é para dizer à
sociedade que um movimento
de teatro tem uma proposta para o Executivo e o Legislativo",
disse Piacentini, que é um dos
articuladores do movimento.
Representante do governo,
Celso Frateschi, presidente da
Funarte, reconhece que a Lei
Rouanet não é eficiente, mas
diz que também não é inútil.
"Sem ela, o movimento de teatro teria parado. Agora é hora
de uma reflexão profunda sobre sistemas de financiamento.
Temos que pensar numa política geral, e não em ações que resolvam os problemas dos grupos mais mobilizados. Precisamos de uma reforma radical."
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