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Crítica
Truffaut vê histórias de paixão como o cerne da vida
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É estranha e interessante a
explicação que François Truffaut dava para o fato de na Europa as histórias de ascensão
social não interessarem tanto
quanto nos EUA. Diz ele que
para os europeus há algo de "irrisório" nesse aspecto da vida.
As histórias da paixão, ao
contrário, são as que podem remeter ao cerne da vida. Dessa
categoria faria parte "A Mulher do Lado" (Futura, 22h; 14
anos), seu penúltimo filme.
História de um casal feliz, ou
melhor, de dois casais felizes.
Até que um vai morar perto do
outro. Então o homem de um
dos casais (Gérard Depardieu)
descobre que tem perto de si a
mulher que amou profundamente no passado (Fanny Ardant). Ela acha a mesma coisa.
Mas existem um outro marido e outra mulher. Um caminho seguro para a felicidade incomum que coincide com o caminho da tragédia. É um grande momento de Truffaut.
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