Livro-CD mostra vida e obra de um dos maiores nomes do chorinho brasileiro

Volume chega às bancas no próximo domingo, dia 4, e inclui versões de "Rosa", com Orlando Silva, e "Lamento", entre outras

DA REPORTAGEM LOCAL

Compositor dos clássicos "Carinhoso" e "Rosa", flautista e saxofonista genial, protagonista da formatação do choro como o conhecemos, maestro e arranjador por trás de cantores, rádios e gravadoras, dos primeiros nomes da gravação em disco no Brasil. Pixinguinha (1897-1973) foi de tudo na música brasileira. E é dedicado a ele o quarto volume da coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira, nas bancas no próximo domingo, dia 4.
Nascido no Rio de Janeiro, ainda pequeno Alfredo da Rocha Viana Filho ganhou da avó Edwiges, nascida na África, o apelido de Pizindin -"menino bom", no dialeto natal dela-, futuro Pixinguinha.
De dia estudava no colégio do Mosteiro de São Bento, à noite ouvia o pai tocar na flauta as valsas e lundus da época. Aos 14, já se entendia tanto com o instrumento que começou a tocar nos primeiros grupos carnavalescos, quermesses, conjuntos, discos. Aos 20 tocava em blocos e salas de cinema e em 1919 fundou, ao lado de Donga, o seminal Oito Batutas.
Criada como atração do cinema Palais, os Batutas traziam quatro músicos negros e a integração de ritmos e instrumentos percussivos de origem africana com as estruturas e harmonias europeias. Em pouco, corta-jacas, tanguinhos e sambas-maxixes foram se cristalizando no sofisticado choro e o conjunto ganhou notoriedade no Brasil e no exterior.
No fim dos anos 20, quando o grupo se separou, Pixinguinha já era famoso maestro e arranjador. Dirigiu várias orquestras e cantores, e teve período especialmente fértil ao lado do flautista Benedito Lacerda.
O livro de Pixinguinha traz biografia, discografia selecionada, letras e fotos. O autor do volume é Carlos Calado, também editor da Coleção Folha. O CD acompanhante vem com versões de "Rosa", com Orlando Silva, "Lamento", com Elizeth Cardoso e Jacob do Bandolim, entre outras.


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