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Paulo Biscaia constrói uma
caixa de horrores em "Peep"
ALVARO MACHADO
especial para a Folha
Fringe, a mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba, faz jus
ao seu anunciado caráter experimental levando ao palco, hoje e
amanhã, "Peep - Através dos
Olhos de Um Serial Killer", a mais
recente produção da companhia
curitibana Vigor Mortis.
A peça tem texto e direção de
Paulo Biscaia Filho, 28, com formação pela na Royal Holloway
University de Londres. Inspirado
na atmosfera da capital inglesa
-sede do culto a Jack, o Estripador-, Biscaia compôs seu exercício de investigação sobre o lado
"escuro" da psique humana: entre
as falas de "serial killers" inseridas
em "Peep", destacam-se depoimentos como o da assassina de
crianças inglesa Myra Hindley.
Em seu trabalho, o diretor paranaense se aprofundou no gênero
"grand guignol" de teatro, criado
em Paris há 101 anos e sobre o qual
defendeu tese de mestrado em 95.
"Peep", anunciada como "tentativa de renovação do gênero guignol", teve apresentações no final
de 97 em Curitiba. Volta agora em
espaço menor, o que deve favorecer os efeitos de luz e o cenário
simples: uma espécie de caixa de
"peep show" (que exibe show erótico ao vivo para cliente isolado
por vidro).
Aqui, contudo, o striptease é
"mental": são focalizadas as motivações dos assassinos seriais, figuras que atualmente geram até mesmo clubes de culto à sua personalidade.
"Um dos pratos mais indigestos
da temporada", a crítica afirmou
dubiamente sobre a peça, há três
meses. Por outro lado, o dramaturgo e diretor foi apontado como
"uma das apostas certeiras de renovação do palco brasileiro".
Outras informações sobre
"Peep" e companhia Vigor Mortis,
criada em 96, podem ser obtidas
no bem desenhado e divertido site
do grupo na Internet, que também
fornece "e-bonus", ou seja, 50%
de desconto sobre o preço do ingresso. O endereço é http://avalon.sul.com.br/guignol.
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