|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NA REDE
A história do mundo
Biblioteca Digital Mundial, criada pela Unesco e pela Biblioteca do Congresso dos EUA, reúne instituições de todo o mundo; Brasil tem segunda maior participação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma viagem pelas tribos
maoris, da Nova Zelândia, passando por índios zulus e esquimós, ficou possível em apenas
alguns cliques, graças a centenas de fotos raras reunidas
num portal da internet, que
pretende ser a biblioteca de
Alexandria do futuro.
A Biblioteca Digital Mundial
(www.wdl.org), lançada semana passada em Paris, surgiu
do esforço da Unesco e da Biblioteca do Congresso dos EUA
em promover, de forma gratuita e em sete idiomas (português incluso), conteúdos culturais de vários países.
Por enquanto, há 1.340 itens,
como manuscritos japoneses
do século 16, mapas antigos da
América Latina, gravuras do
italiano Braccelli do século 17 e
um livro ilustrado com fábulas
de La Fontaine do século 19.
Entre os 11 filmes disponíveis, há um curta dos Irmãos
Lumière com imagens de touradas na Espanha, em 1896.
O Brasil -único país de língua portuguesa participante e
um dos membros-fundadores
do projeto- é responsável, por
meio da Fundação Biblioteca
Nacional, pelo segundo maior
acervo do portal, perdendo para os EUA. Dos 4.000 itens que
a instituição mandou ao projeto, 157 estão disponíveis, entre
mapas dos séculos 16 ao 18 e 42
álbuns de fotografias. O resto
entrará gradualmente.
Fotos do imperador
É bom saber que, antes da Biblioteca Digital Mundial, já
existia a Biblioteca Nacional
Digital (www.bn.br/bndigital), organizada pela fundação
brasileira e com um acervo sobre o país bem maior em relação ao portal internacional.
Está lá, por exemplo, a Coleção Thereza Christina Maria,
com 2.570 fotos digitalizadas
que pertenceram ao imperador
Pedro 2º e foram deixadas por
ele à Biblioteca Nacional. Na
Biblioteca Digital Mundial, a
coleção está presente em cerca
de 70 registros. Além de uma
foto da princesa Isabel, há vistas do Rio e imagens de quituteiras baianas do século 19.
No portal brasileiro, embora
as ferramentas de navegação
não sejam tão simpáticas quanto às do portal internacional,
há arquivos de diversos países,
como fotos do Líbano e da Grécia do século 19, refletindo os
interesses do imperador.
Sobre o Brasil, há outras instituições dentro da Biblioteca
Digital Mundial com itens relacionados, como a própria Biblioteca do Congresso, que
guarda um mapa da cidade de
Salvador de 1671 e um livro
ilustrado do ex-presidente
Theodore Roosevelt sobre sua
expedição em terras brasileiras
no começo do século 20.
A Unesco e os EUA investiram US$ 60 milhões no projeto. Já o custo para a participação da Fundação Biblioteca
Nacional (FBN) foi zero. "Eles
nos cederam, em comodato,
um scanner de alta definição
para documentos de grande
porte, o que acelerou nosso trabalho", disse Liane Amadeo,
uma das diretoras da FBN.
"A Biblioteca Digital Mundial será a biblioteca de Alexandria do futuro, com o mais importante de cada nação", disse,
sobre o maior acervo de cultura
e ciência da antiguidade.
Segundo ela, o tema para a
próxima fase da Biblioteca Digital Mundial é música. E a
FBN mandará ao projeto, já na
semana que vem, 100 arquivos
sonoros de MP3, dos mais de
8.000 que possuem, com dez
segundos de duração para não
infringir leis de direitos autorais, de músicos como Pixinguinha.
(FERNANDA EZABELLA)
Texto Anterior: João Pereira Coutinho: O legado da nossa passagem Próximo Texto: O mouse que ri Índice
|