São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2010

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Crítica

Hitchcock leva casal comum à vida de espiões

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É terrível como as circunstâncias políticas podem interferir nas escolhas estéticas. Nos tempos da oposição Estados Unidos versus URSS, não faltava quem considerasse a versão de 1934 de "O Homem que Sabia Demais" (TCM, 22h; 12 anos), inglesa, superior à feita nos EUA em 1956 pelo mesmo Alfred Hitchcock.
Na verdade, Hitchcock conservou o essencial da intriga: casal envolve-se em trama de espionagem por mero acaso (está na Suíça), enfrenta sequestro da filha etc. Os vilões são nazistas, desta vez.
A diferença principal é que, ao longo dos 22 anos que separam os dois filmes, o diretor deve ter pensado numas boas gags e em situações que acabaram enriquecendo o "remake". Mas o filme original é também muito forte.
A versão inglesa é, no mais, curtinha, de modo que "A Tortura do Silêncio" começa logo às 23h20, também no TCM (12 anos). É um desses filmes bem católicos do mestre inglês, com Monty Clift como o padre acusado de um assassinato que não cometeu.


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