São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2010 |
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MÚSICA Sandy diz preferir ser "princesa" a expor a vida
Artista estreia carreira solo em "Manuscrito", álbum com 13 canções autorais
MARCUS PRETO ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS (SP) Sandy Leah Lima, 27, vive momento contraditório. Lançando (por ora, apenas digitalmente) o álbum "Manuscrito", primeiro trabalho solo, ela é de novo uma estreante. E, como tal, está ansiosa diante do futuro imponderável. Ao mesmo tempo, não pode renegar o passado numericamente vitorioso da dupla com o irmão Junior Lima. Ao contrário, precisa lidar com a expectativa potencializada por essas cifras. Nos 17 anos em que atuaram juntos, Sandy & Junior lançaram 16 álbuns -que venderam, segundo a gravadora Universal, mais de 17 milhões de cópias. Fizeram cerca de 1.700 shows no Brasil e exterior, chegando a juntar 1,2 milhão de pessoas em uma única apresentação. Sandy também protagonizou seriado de TV, novela e filme. Ainda que a gravadora aposte pesado no lançamento, a equipe de produção da cantora está reduzida desde o fim da dupla, em 2007. Restaram só dois dos dez funcionários que faziam mover o escritório. "Antes de tudo, vou descobrir qual é o meu tamanho real, ver como as coisas vão acontecer", ela diz. "Estou disposta a ser do tamanho que o público quiser que eu seja. Mas não quero ser a Beyoncé do Brasil." A cantora não está disposta a retomar as dimensões da era Sandy & Junior, segundo afirma. E "Manuscrito" representa a vontade de "fazer um negócio pra mim", sem pensar na gravadora, em números, nem no público do passado. "Eu precisava descobrir quem eu sou". Divã "Manuscrito", ela diz, é parte importante no processo de autoconhecimento. Como foram fundamentais os três anos em que ficou "sem fazer nada", desde a dissolução da dupla. Todas as canções do álbum são autorais, compostas sozinha ou em parcerias, principalmente com o marido, Lucas Lima. Além do casamento, Sandy também usou os três anos de folga para terminar a faculdade de Letras e arrumar a "vida pessoal", que não expõe jamais. Até os 14 anos, achava que, como artista, não podia negar o acesso da imprensa a sua vida. Mas uma pergunta sobre o primeiro beijo desencadeou o bloqueio que segue até hoje. "Por me preservar muito, acabaram por achar que essa pessoa humana -que sente, que sofre, que chora- não existia. E essa imagem de perfeita, intocável, princesa me fez mal. Ainda faz", diz. "Mas prefiro ela. É falso e eu sei que é falso. Mas prefiro isso a ter minha vida escancarada." No documentário que virá encartado no lançamento físico do álbum (nas lojas em 7 de maio), Sandy dá depoimento que abala a imagem "virginal" que se costuma fazer dela. Ali, a cantora fala, ainda que rapidamente, sobre temas como religião, camisinha e prazer sexual. Ela garante que o "manifesto" não foi planejado. "Não quero chamar nenhuma polêmica, nem levantar bandeira em favor da camisinha -apesar de eu achar o uso dela correto", diz, com voz que ainda soa algo tímida. "Depois que me casei, esse tema [sexo] deixou de ser tão importante quando falavam em mim. Percebi que os ânimos acalmaram", conta. "Isso porque eu casei com 25 anos -não com 18. Mesmo assim, as pessoas ainda não tinham percebido que eu já era adulta." MANUSCRITO Artista: Sandy Lançamento: Universal Music Quanto: R$ 1,99 cada faixa, no www.uol.com.br/megastore; o CD físico chega às lojas em 7 de maio Texto Anterior: Conexão Pop: A violência de M.I.A. Próximo Texto: Frase Índice |
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