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"Tosca", com Carreras, traz intrigas e paixões
Montagem da obra de Puccini tem
algumas das mais célebres
árias
DE SÃO PAULO
Chegou a vez de José Carreras na Coleção Folha Grandes Óperas. O tenor catalão
está em "Tosca", de Giacomo
Puccini (1858-1924), 13º volume da Coleção Folha Grandes Óperas.
Embora a obra leve o nome
da personagem feminina, o
papel de seu amante, o pintor Mario Cavaradossi, foi
bastante privilegiado por
Puccini, que escreveu para
ele duas das mais célebres
árias do repertório italiano
de tenor: "Recondita Armonia" e "E Lucevan Le Stelle".
Elas são cantadas de forma bastante pessoal e rica
por José Carreras, catalão de
Barcelona, que se tornou
uma celebridade mundial ao
atuar ao lado dos colegas Luciano Pavarotti e Plácido Domingo nos concertos dos
Três Tenores nas aberturas
de diversas Copas do Mundo.
No final dos anos 1980,
Carreras foi diagnosticado
com leucemia. "Tosca" foi
uma das primeiras óperas
que ele gravou na íntegra depois da vitória sobre essa
doença.
Uma das partituras mais
dramáticas de Puccini, a
obra mistura intriga política,
tortura, chantagem, assédio
sexual, assassinato e suicídio na Roma dos tempos de
Napoleão.
MATIZES REFINADAS
No 13º volume da Coleção
Folha, "Tosca" recebe uma
leitura refinada e cheia de
matizes.
À frente da Orquestra Estatal Húngara, o maestro californiano de Los Angeles Michael Tilson Thomas, festejado por suas gravações do
austríaco Gustav Mahler
(1860-1911), opta por uma interpretação sutil, que coloca
em relevo a riqueza da orquestração de Puccini e procura acompanhar os cantores de maneira atenta.
A gravação traz no papel-título uma das grandes intérpretes de Tosca da segunda
metade do século 20: a húngara Eva Marton, que esteve
no Brasil algumas vezes ao
longo dos anos 1990, e se fez
ouvir com regularidade no
Metropolitan de Nova York.
Marton é uma Tosca vigorosa, assertiva e exuberante.
O vilão Scarpia, por sua
vez, fica a cargo do vigoroso
barítono Juan Pons, outro velho conhecido do público
brasileiro, que cantou em algumas das casas de maior
prestígio do planeta, como o
Scala de Milão e a Ópera de
Viena.
É interessante o trabalho
de Italo Tajo como o Sacristão. O auge do baixo italiano
foi nos anos 1940, quando teve expressiva carreira internacional em papéis cômicos
dos compositores Amadeus
Mozart (1756-1791) e Gioachino Rossini (1792-1868).
Aqui, Tajo mostra o quanto é possível a um grande artista enriquecer mesmo em
um papel pequeno.
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