São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2011

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"Tosca", com Carreras, traz intrigas e paixões

Montagem da obra de Puccini tem algumas das mais célebres árias

DE SÃO PAULO

Chegou a vez de José Carreras na Coleção Folha Grandes Óperas. O tenor catalão está em "Tosca", de Giacomo Puccini (1858-1924), 13º volume da Coleção Folha Grandes Óperas.
Embora a obra leve o nome da personagem feminina, o papel de seu amante, o pintor Mario Cavaradossi, foi bastante privilegiado por Puccini, que escreveu para ele duas das mais célebres árias do repertório italiano de tenor: "Recondita Armonia" e "E Lucevan Le Stelle".
Elas são cantadas de forma bastante pessoal e rica por José Carreras, catalão de Barcelona, que se tornou uma celebridade mundial ao atuar ao lado dos colegas Luciano Pavarotti e Plácido Domingo nos concertos dos Três Tenores nas aberturas de diversas Copas do Mundo.
No final dos anos 1980, Carreras foi diagnosticado com leucemia. "Tosca" foi uma das primeiras óperas que ele gravou na íntegra depois da vitória sobre essa doença.
Uma das partituras mais dramáticas de Puccini, a obra mistura intriga política, tortura, chantagem, assédio sexual, assassinato e suicídio na Roma dos tempos de Napoleão.

MATIZES REFINADAS
No 13º volume da Coleção Folha, "Tosca" recebe uma leitura refinada e cheia de matizes.
À frente da Orquestra Estatal Húngara, o maestro californiano de Los Angeles Michael Tilson Thomas, festejado por suas gravações do austríaco Gustav Mahler (1860-1911), opta por uma interpretação sutil, que coloca em relevo a riqueza da orquestração de Puccini e procura acompanhar os cantores de maneira atenta.
A gravação traz no papel-título uma das grandes intérpretes de Tosca da segunda metade do século 20: a húngara Eva Marton, que esteve no Brasil algumas vezes ao longo dos anos 1990, e se fez ouvir com regularidade no Metropolitan de Nova York. Marton é uma Tosca vigorosa, assertiva e exuberante.
O vilão Scarpia, por sua vez, fica a cargo do vigoroso barítono Juan Pons, outro velho conhecido do público brasileiro, que cantou em algumas das casas de maior prestígio do planeta, como o Scala de Milão e a Ópera de Viena.
É interessante o trabalho de Italo Tajo como o Sacristão. O auge do baixo italiano foi nos anos 1940, quando teve expressiva carreira internacional em papéis cômicos dos compositores Amadeus Mozart (1756-1791) e Gioachino Rossini (1792-1868).
Aqui, Tajo mostra o quanto é possível a um grande artista enriquecer mesmo em um papel pequeno.


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