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TV PAGA
Do mestre,
com carinho
da Redação
Será por acaso que, em
plena era Vera Cruz (1952),
Humberto Mauro realizou
"O Canto da Saudade"
(Multishow, 1h)?
Tudo parece disposto em
oposição ao "grande cinema": a narração confessional, os atores amadores, a
produção modesta. No
mais, vê-se ali um país imaginário (o da memória), em
contraste com outro país
imaginário (o de estúdio).
E Mauro navega pelas paisagens do interior de Minas
como peixe n'água, contando a belíssima lenda de Galdino, o sanfoneiro apaixonado. Vai do simplório à
simplicidade. Passa do humor à tragédia de amor.
Usa da sanfona do carro de
bois para dominar o ritmo e
a musicalidade. "O Canto"
é uma lição carinhosa de cinema, e talvez o melhor filme sonoro feito no Brasil.
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