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MÚSICA
Morre o compositor Luciano Berio, aos 77
DA REPORTAGEM LOCAL
O compositor italiano Luciano Berio morreu ontem em
Roma, aos 77 anos. Foi um dos
mais hábeis experimentalistas
no tratamento da voz e no uso
de recursos eletroacústicos.
Fez parte de uma geração de
músicos que, ao lado de Pierre
Boulez, Bruno Maderna ou
Karlheinz Stockhausen, levou a
idéia de vanguarda musical aos
últimos limites.
Berio estava internado desde
segunda-feira. Havia sido recentemente hospitalizado, em
meio a rumores de agravamento de um quadro clínico de câncer. Ele era o diretor da Academia Nacional de Santa Cecília.
Como maestro era capaz de
fazer uma leitura analítica e
desprovida de sentimentalismos ao reger peças sinfônicas
do século 19.
Nascido em uma família de
músicos na região da Ligúria,
estudou em Milão, onde em
1955 foi o co-fundador do Estúdio de Pesquisas Eletroacústicas, montado pela RAI, a emissora pública italiana.
Lecionou nos Estados Unidos e na França, onde, com
Boulez, dirigiu o Ircam, instituto aberto à pesquisa de novas
formas musicais. Dirigiu também o Maggio Musicale Fiorentino, festival anual de música em Florença.
Erudito e politizado, ele acreditava nas possibilidades infinitas de combinação de sons e
antecipou formas musicais
permitidas, duas décadas depois, com a vulgarização de
computadores.
A Osesp interpretou dele, em
2002, a "Sinfonia para Oito Vozes e Orquestra" e o "Concertino para Clarinete e Violino".
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