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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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MÚSICA

Morre o compositor Luciano Berio, aos 77

DA REPORTAGEM LOCAL

O compositor italiano Luciano Berio morreu ontem em Roma, aos 77 anos. Foi um dos mais hábeis experimentalistas no tratamento da voz e no uso de recursos eletroacústicos.
Fez parte de uma geração de músicos que, ao lado de Pierre Boulez, Bruno Maderna ou Karlheinz Stockhausen, levou a idéia de vanguarda musical aos últimos limites.
Berio estava internado desde segunda-feira. Havia sido recentemente hospitalizado, em meio a rumores de agravamento de um quadro clínico de câncer. Ele era o diretor da Academia Nacional de Santa Cecília.
Como maestro era capaz de fazer uma leitura analítica e desprovida de sentimentalismos ao reger peças sinfônicas do século 19.
Nascido em uma família de músicos na região da Ligúria, estudou em Milão, onde em 1955 foi o co-fundador do Estúdio de Pesquisas Eletroacústicas, montado pela RAI, a emissora pública italiana.
Lecionou nos Estados Unidos e na França, onde, com Boulez, dirigiu o Ircam, instituto aberto à pesquisa de novas formas musicais. Dirigiu também o Maggio Musicale Fiorentino, festival anual de música em Florença.
Erudito e politizado, ele acreditava nas possibilidades infinitas de combinação de sons e antecipou formas musicais permitidas, duas décadas depois, com a vulgarização de computadores.
A Osesp interpretou dele, em 2002, a "Sinfonia para Oito Vozes e Orquestra" e o "Concertino para Clarinete e Violino".


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