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RUÍDO
"Revelações" emperram biografia de Torquato
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O escritor Toninho Vaz,
54, teme que sua biografia
sobre Torquato Neto não saia a
tempo de celebrar o que seriam
os 60 anos do poeta tropicalista,
que se suicidou em 1972 -pior,
teme que nem seja lançada.
Segundo Vaz, "Todas as Horas
do Fim" está emperrado na editora Record há cinco meses, à
espera da aprovação da viúva do
artista, Ana Duarte (que trabalha na editora Rocco).
"Disseram que ela reclamou
de revelações que faço no livro,
me considero censurado", diz o
autor. "Falo com delicadeza,
não sou nenhum gângster. Não
abro mão das revelações", diz,
sem especificá-las.
Ana Duarte diz que a razão
não é essa. "Tenho uma versão
aqui na minha frente, não li ainda por falta de tempo. Tenho
uma pilha de livros, esse é mais
um", diz. Mas acaba por indicar
que há, sim, alguma razão a
mais: "Não há restrição, são outras coisas. Não é o que ele escreve, as fontes dele é que dizem
coisas que não existiram".
Pela Record, a editora Luciana
Villas-Boas afirma que a casa
tem todo o interesse em lançar o
livro. "Investimos muito, obviamente não é interesse da editora
deixar de lançar. Espero chegar
a um acordo com Ana."
Saindo desse caso específico,
ela acrescenta que as editoras,
no Brasil, estão cada vez mais
medrosas com o crescimento de
uma "indústria de processos"
em torno de biografias. "É claramente um tipo de censura, o livro-reportagem está ameaçado
no Brasil."
O NÃO-LANÇAMENTO
O espetáculo musical-teatral não deu muito certo comercialmente, o disco que o
seguiu menos ainda. Marília
Pêra protagonizava "Feiticeira". O grupo progressivo
Vímana (de Lulu Santos, Lobão e Ritchie) acompanhava
Marília no palco -no disco,
só participava de uma faixa.
O repertório incluía Jards
Macalé, Jorge Mautner,
Eduardo Dusek... A Som Livre (que lançou o disco em
75) não tem dado importância a seu acervo, mas eis a
surpresa: Charles Gavin
confirma, ainda receoso, que
a Som Livre acaba de aprovar a reedição de 50 títulos
sob seus cuidados. "Só acredito que um projeto realmente aconteceu quando já
está na fábrica", previne-se.
NOVA EMI
Marcos Maynard está
efetivado presidente da EMI
brasileira, no lugar de Beto
Boaventura. O vice-presidente
comercial, Aires Catarino,
deixou a casa. Perguntado
sobre o que a EMI espera agora
da filial brasileira, o presidente
para a América Latina, Marco
Bissi, diz: "Muita liderança e
muito sucesso". Detalhe: a EMI
já se encontra em primeiro
lugar no ranking nacional.
COBRA VERDE NO BRASIL
Segundo o jornal espanhol
"El País", o autor do livro
"Réquiem para a Música, os
Artistas e a Indústria" hoje
mora no Brasil e produz
desenhos animados. Sob o
pseudônimo J.L. Greensnake,
ele dedica suas memórias a
bastidores e críticas à indústria
fonográfica espanhola, da qual
foi executivo de ponta.
DOWNLOADS HUMANITÁRIOS
A ONG britânica Oxfam
anunciou, em parceria com o
site Big Noise Music (www.bignoisemusic.com), um
programa de downloads cuja
renda será revertida a ações
humanitárias. Já tem adesão de
grupos como Coldplay, The
Darkness e Faithless.
psanches@folhasp.com.br
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