São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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FILMES

TV ABERTA

Em Maus Lençóis   Globo, 13h05 - (Screwed). EUA, 2000, 81 min. Direção: Larry Karaszewski. Com Norm MacDonald, David Chapelle. Mordomo promove o seqüestro frustrado do cachorro de sua patroa. Na confusão, o cachorro foge, e a mulher pensa que o mordomo é que foi seqüestrado. Seguem-se mal-entendidos, nada que supere a idéia de que o mal-entendido principal é mesmo o filme.

A Vingança do Mosqueteiro    Record, 20h30 - (The Musketeer). EUA, 2001, 105 min. Direção: Peter Hyams. Com Catherine Deneuve, Stephen Rea, Tim Roth, Justin Chambers. Providenciou-se um elenco estelar, com Deneuve como a rainha da França, Rea como o cardeal Richelieu, que tem o apoio do inescrupuloso Fabre (Roth). Como se sabe, eles terão no caminho os mosqueteiros, com D'Artagnan (Chambers) à frente. De passagem, contratou-se um famoso coreógrafo chinês, Xin Xin Xiong, para cuidar das lutas. Podia-se, em resumo, ter contratado um diretor, em vez de Peter Hyams, para fazer o filme.

D-Tox    Globo, 23h40 - (D-Tox). EUA, 2000, 96 min. Direção: Jim Gillespie. Com Sylvester Stallone, Tom Berenger, Polly Walker. Stallone em maré de azar. Está numa clínica, recuperando-se de trauma sofrido nas mãos de criminoso, quando o local se transforma em alvo de um serial killer. Aí é se curar rapidinho do estresse ou morrer.

Rio da Traição    Bandeirantes, 1h - (The River Rat). EUA,1984, 93 min. Direção: Tom Rickman. Com Tommy Lee Jones, Martha Plimpton, Brian Dennehy. O médico Dennehy primeiro ajuda Tommy Lee a sair da cadeia, onde ficou anos e anos sem culpa. Depois, quando ele tenta se ajeitar na vida (inclusive aprendendo a conviver com a filha), o médico volta para apresentar a conta, e não em termos muito gentis.

Sob o Olho do Mar     Globo, 1h25. (The Sea Is Watching). Japão, 2002, 119 min. Direção: Kei Kumai. Com Misa Shimizu, Nagiko Tono, Hidetaka Yoshioka. No século 19, a gueixa O-Shin dá refúgio a um samurai, que se apaixona por ela e tenta fazer com que ela mude de vida. Kumai é um veterano que começou a filmar nos anos 60. Aqui, ele retoma um roteiro escrito pelo mestre Akira Kurosawa, que morreu sem conseguir realizá-lo. Inédito.

Nunca Fui Santa     Globo, 3h20 - (Bus Stop). EUA, 1956, 96 min. Direção: Joshua Logan. Com Marilyn Monroe, Don Murray, Arthur O'Connel. Adaptação da peça de William Inge sobre o ingênuo caubói de Montana (Murray) que, numa parada de ônibus, se apaixona por cantora (Monroe) de reputação mais que duvidosa. Conversa vai, conversa vem, revelam-se aspectos antes insuspeitados de sua personalidade. Construção um tanto teatral e assunto até certo ponto envelhecido. Mas dá para encarar na boa.

Filme na TV/crítica

Tom grave perpassa obra de Kieslowski

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Como estará o tempo neste domingo? Se for um desses dias que sugerem alguma gravidade, o programa duplo de Kieslowski sugerido pelo Telecine Cult vem a calhar.
Começa com sua fase polonesa, talvez por sua obra-prima desse período que é "Não Amarás" (20h). Depois, vem "A Fraternidade É Vermelha" (22h), seu último trabalho e possivelmente o melhor da fase francesa.
São filmes bem irmãos, apesar da atmosfera mudar conforme o país. De todo modo, o mistério dos personagens é o que se coloca em destaque.
Em "Não Amarás", existe o adolescente que acompanha apaixonadamente a intimidade de uma mulher, com seus binóculos. Mas, quando ultrapassa os limites do contato voyeurístico, ele descobre que à mulher só interessa o sexo, não o amor. E ele, que parecia incapaz de sair de si mesmo se vê diante de uma mulher que não parece capaz de um contato em que o outro esteja implicado.
A atmosfera doentia é característica da Polônia e cede em parte quando o diretor se transfere para a França. Ali, um moça entra em contato com um estranho, cujo cachorro atropela. Temos aqui o vermelho como cor-tema. Ele significa a fraternidade, a possibilidade de aproximação com o outro. Significa o sangue, cor do coração.
O grave é um tom de Kieslowski, não há dúvida. Mas que isso não se confunda com um uniforme sombrio. É do lado da vida que está sua obra, toda ela.


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