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contraponto
Especialista discorda e vê "progresso"
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2005, o então colunista da revista "Wired"
Steven Johnson, um dos
mais influentes pensadores do cyberespaço, causou tanta polêmica quanto
Mark Bauerlein ao afirmar, em seu livro "Surpreendente" (Campus,
216 págs.), exatamente o
inverso do que diz "The
Dumbest Generation".
Também provocativo
no título original ("Everything Bad Is Good for
You", tudo o que é ruim é
bom para você), o livro de
Johnson considera que os
games, a internet e a TV
potencializam as faculdades cognitivas das pessoas,
ao exigirem elaboração
constante de raciocínio.
"O engajamento via internet toma um milhão de
diferentes formas. Algumas são admiráveis, como
a Wikipedia, os blogs políticos. Outras, como os
chats e o MySpace, não diferem das trocas sociais
que eu tinha na adolescência, pelo telefone", diz
Johnson, 39, em entrevista à Folha, por e-mail, discordando de Bauerlein.
Johnson vê a considerada "perda de memória"
como um aspecto natural,
mas não acredita que "isso
seja necessariamente uma
coisa ruim". "Pode ser verdade que estejamos nos
tornando mais dependentes de extensões on-line
para nossos cérebros e
nossa memória -simplesmente porque há muita
informação disponível-,
mas isso não é necessariamente uma coisa ruim.
Estamos adaptando nossas habilidades à capacidade de lidar com essas informações", argumenta.
Ele acredita inclusive
que esteja ocorrendo um
"ligeiro declínio" na capacidade de estruturar argumentos extensos, mas
avalia que o efeito seja minimizado por essas mesmas "novas habilidades".
O aumento do número
de informações (e do acesso a elas) é um caminho
natural na história, avalia.
"Assim o progresso acontece. Uma das características das eras das trevas (e
Eco deveria saber disso!) é
o isolamento de informações entre grupos pequenos", alfineta.
(RC)
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