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Sofia é mais que "Filha do Coppola'
em Cannes
Prêmios à parte, ninguém rouba
de Sofia Coppola o título de maior
revelação do festival deste ano.
Aos 27 anos, a filha de Francis
Coppola superou os preconceitos e
confirmou-se como cineasta com
todos os méritos em "The Virgin
Suicides", projetado dentro da
Quinzena dos Realizadores.
Baseado em romance editado no
Brasil pela Rocco, o filme acompanha o trágico destino de cinco irmãs adolescentes numa provinciana cidade do interior do Estado de
Michigan, em meados dos anos 70.
Seus pais são uma dona-de-casa
carola e um professor de matemática algo palerma. O casting anti-tipificação de Kathleen Turner e
James Woods de pronto anuncia
as ousadas escolhas de Sofia.
A voz adulta de um ex-colega
confere dramaticidade à narração.
Sem estardalhaço, a máquina trágica logo se põe em movimento,
com o o anúncio da tentativa de
suicídio da caçula das irmãs.
Seu avanço será inexorável, mas
sutil, controlado com mão férrea
pela jovem cineasta.
Nem o sucesso de sua segunda
tentativa rouba a delicadeza com
que Sofia apresenta-nos sua fábula
macabra.
Pacientemente diferenciam-se as
quatro lolitas, puxadas à frente pela desinibida Lux (Kirsten Durst).
Tudo se acelera a partir duma festa
escolar entre a de "Carrie, a Estranha" e a de "Peggy Sue, seu Passado a Espera". Mas Sofia vai muito
além de imitar De Palma e papai
Francis.
(AL)
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