São Paulo, Sexta-feira, 28 de Maio de 1999
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Sofia é mais que "Filha do Coppola'


em Cannes

Prêmios à parte, ninguém rouba de Sofia Coppola o título de maior revelação do festival deste ano. Aos 27 anos, a filha de Francis Coppola superou os preconceitos e confirmou-se como cineasta com todos os méritos em "The Virgin Suicides", projetado dentro da Quinzena dos Realizadores.
Baseado em romance editado no Brasil pela Rocco, o filme acompanha o trágico destino de cinco irmãs adolescentes numa provinciana cidade do interior do Estado de Michigan, em meados dos anos 70.
Seus pais são uma dona-de-casa carola e um professor de matemática algo palerma. O casting anti-tipificação de Kathleen Turner e James Woods de pronto anuncia as ousadas escolhas de Sofia.
A voz adulta de um ex-colega confere dramaticidade à narração. Sem estardalhaço, a máquina trágica logo se põe em movimento, com o o anúncio da tentativa de suicídio da caçula das irmãs.
Seu avanço será inexorável, mas sutil, controlado com mão férrea pela jovem cineasta.
Nem o sucesso de sua segunda tentativa rouba a delicadeza com que Sofia apresenta-nos sua fábula macabra.
Pacientemente diferenciam-se as quatro lolitas, puxadas à frente pela desinibida Lux (Kirsten Durst). Tudo se acelera a partir duma festa escolar entre a de "Carrie, a Estranha" e a de "Peggy Sue, seu Passado a Espera". Mas Sofia vai muito além de imitar De Palma e papai Francis.
(AL)


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