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POLÊMICA
Sociedade de amigos do Museu da Imagem e do Som muda de mãos
MIS de SP não será demolido
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O MIS fica onde está. E a sua sociedade de amigos muda de mãos.
Está terminada a queda-de-braço
em torno da proposta de demolição do Museu da Imagem e do
Som, na av. Europa, em São Paulo, e da construção, no mesmo local, de nova sede, mais bem adaptada à exibição e ao abrigo de
obras em novas tecnologias.
Autora da proposta, orçada em
aproximadamente R$ 9 milhões e
com execução prevista para o
próximo mês de agosto, a publicitária Annelise Godoy, 39, deixou
na semana passada a direção executiva da Samis (Sociedade de
Amigos do MIS). "O projeto está
completamente inoperante. Estimulei todo o mercado, que está
aguardando para fazer esse investimento e não tem o dispositivo
jurídico necessário. Para não caracterizar uma inoperância da Samis, pedi meu desligamento", diz.
O dispositivo a que Godoy se refere é a assinatura de um contrato
com a secretaria Estadual de Cultura que transforme a Samis em
organização social, o que lhe permitiria, na prática, gerenciar o
museu e estabelecer contratos
com a iniciativa privada, estabelecendo contrapartidas de longo
prazo. "O projeto foi apresentado
ao secretário [Estadual da Cultura] Marcos Mendonça em 15 de
fevereiro e aprovado em sua estrutura e proposta."
A direção-executiva da Samis
foi assumida pelo fotógrafo Iatã
Canabrava, 38, que era vice de
Godoy. "Sou radicalmente contra
a idéia da demolição. Acho que há
milhões de prioridades nesta cidade, antes de colocar abaixo um
prédio. Vamos trabalhar para fortalecer a instituição Samis, ampliando seu debate e representatividade com os diversos setores
sociais", diz Canabrava.
O diretor do MIS, Marcos Santilli, 49, diz que o projeto de demolição "nunca existiu". "O que existe há muitos anos é uma reflexão
sobre o planejamento de museus
no Brasil, já que, reconhecidamente, não temos uma arquitetura de museus no país. A Sociedade
de Amigos se antecipou, divulgando uma coisa que não estava
em planejamento", afirma.
Annelise diz que o projeto do
novo prédio realmente não foi feito. "Achamos por bem não desenvolver o projeto em razão da perspectiva de demora do processo."
A Folha tentou ouvir o secretário Mendonça durante quatro
dias, mas não obteve resposta.
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