São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2001

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POLÊMICA

Sociedade de amigos do Museu da Imagem e do Som muda de mãos

MIS de SP não será demolido

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O MIS fica onde está. E a sua sociedade de amigos muda de mãos. Está terminada a queda-de-braço em torno da proposta de demolição do Museu da Imagem e do Som, na av. Europa, em São Paulo, e da construção, no mesmo local, de nova sede, mais bem adaptada à exibição e ao abrigo de obras em novas tecnologias.
Autora da proposta, orçada em aproximadamente R$ 9 milhões e com execução prevista para o próximo mês de agosto, a publicitária Annelise Godoy, 39, deixou na semana passada a direção executiva da Samis (Sociedade de Amigos do MIS). "O projeto está completamente inoperante. Estimulei todo o mercado, que está aguardando para fazer esse investimento e não tem o dispositivo jurídico necessário. Para não caracterizar uma inoperância da Samis, pedi meu desligamento", diz.
O dispositivo a que Godoy se refere é a assinatura de um contrato com a secretaria Estadual de Cultura que transforme a Samis em organização social, o que lhe permitiria, na prática, gerenciar o museu e estabelecer contratos com a iniciativa privada, estabelecendo contrapartidas de longo prazo. "O projeto foi apresentado ao secretário [Estadual da Cultura] Marcos Mendonça em 15 de fevereiro e aprovado em sua estrutura e proposta."
A direção-executiva da Samis foi assumida pelo fotógrafo Iatã Canabrava, 38, que era vice de Godoy. "Sou radicalmente contra a idéia da demolição. Acho que há milhões de prioridades nesta cidade, antes de colocar abaixo um prédio. Vamos trabalhar para fortalecer a instituição Samis, ampliando seu debate e representatividade com os diversos setores sociais", diz Canabrava.
O diretor do MIS, Marcos Santilli, 49, diz que o projeto de demolição "nunca existiu". "O que existe há muitos anos é uma reflexão sobre o planejamento de museus no Brasil, já que, reconhecidamente, não temos uma arquitetura de museus no país. A Sociedade de Amigos se antecipou, divulgando uma coisa que não estava em planejamento", afirma.
Annelise diz que o projeto do novo prédio realmente não foi feito. "Achamos por bem não desenvolver o projeto em razão da perspectiva de demora do processo."
A Folha tentou ouvir o secretário Mendonça durante quatro dias, mas não obteve resposta.


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