São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Companhia ganhou mais visibilidade com "Copenhagen"

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de caxias a levar sua obsessão por equações, tubos de ensaio e teorias científicas à cena: essa imagem preconcebida caiu por terra à medida que, nos últimos dez anos, o Núcleo Arte Ciência no Palco foi ganhando o respeito da crítica e a consideração da classe.
Criado em 1998 por Carlos Palma e Adriana Carui (nenhum deles cientista ou nem sequer "bom aluno em ciências na escola", entrega o ator, dramaturgo e colega dos dois, Oswaldo Mendes), o grupo estreou com "Einstein", monólogo sobre o pai da Teoria da Relatividade que rendeu um prêmio Mambembe para Palma.
Em 2001, depois do infantil "Da Vinci Pintando o Sete", viria "Copenhagen", do inglês Michael Frayn, um momento central da trajetória da companhia. Pela montagem -que passa a limpo a relação dos físicos Niels Bohr e Werner Heisenberg (1901-1976) a partir de um malfadado encontro numa Copenhagen sitiada pelos nazistas-, o grupo recebeu três indicações ao prêmio Shell em São Paulo.
Segundo Mendes, o texto voltará a ser encenado no início de 2009, na conclusão das comemorações pelos dez anos.
Na seqüência, viriam trabalhos como "E Agora, sr. Feynman?" (2004), centrado no físico americano Richard Feynman (1918-1988), "Oxigênio" (2006), flagrante de uma certa vaidade dos cientistas, e "After Darwin" (2007), sobre a viagem de navio que daria subsídios para que o inglês desenvolvesse sua teoria da evolução.
Esta, "Feynman?" e "A Dança do Universo", de Mendes, voltarão ao cartaz em agosto, no mesmo auditório que vê, a partir de hoje, "A Culpa é da Ciência?".
Ao comentar a primeira década de existência do núcleo, Mendes sublinha um traço de boa parte do público:
"Tem muito jovem, uma garotada que está estudando ciência. Por quê? Porque todos esses caras que mudaram a história do mundo eram jovens quando o fizeram. Einstein não mudou a física na época daquela foto em que está com a língua de fora; foi aos 20 e poucos anos. Eles tinham a coragem, tinham esse lado homo demiens, uma demência orientada por base teórica de investigação, um desejo de romper e arriscar." (LUCAS NEVES)


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