São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Rock no parque

Liderada pela musa indie Emily Haines, a banda Metric é a atração principal do festival gratuito Motomix, hoje, no Ibirapuera

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Sábado pop no parque. Tem a eletrônica de tintas roqueiras, tem cartum-rock, tem rock brasileiro e, liderando tudo isso, a musa indie Emily Haines.
Nascida na Índia e criada no Canadá, Haines é vocalista do Metric, grupo que fecha o festival Motomix, evento gratuito que acontece a partir das 15h de hoje no parque Ibirapuera.
Antes do Metric, o festival recebe os ingleses The Go! Team (a banda de cartum-rock) e Fujiya & Miyagi (que, apesar do nome, é um quarteto de eletrônica) e os brasileiros Nancy, Vênus e Stop Play Moon.
Apoiado em instrumentação básica, o Metric consegue alcançar emoções diversas nos três discos já lançados.
"Live It Out", por exemplo, o álbum mais recente do grupo (de 2005), traz a rápida "Monster Hospital". Eles aparecem bem mais pop em "Succexy", de "Old World Underground, Where Are You Now?" (2003). Já o disco de estréia, "Grow Up and Blow Away" (gravado em 2001 e lançado apenas em 2007), traz a banda mais crua.
"Nós nos encontramos normalmente em Nova York, mas vivemos em lugares diferentes, talvez por isso seja complicado definir nossa música", afirma Haines à Folha, por telefone.
Além de Haines, que também toca sintetizadores, o Metric é preenchido por James Shaw (guitarrista), Josh Winstead (baixista) e Joules Scott-Key (bateria).
"Cada disco é distinto. "Old World..." é new wave. "Grow up..." é mais roqueiro. "Live It Out" foi gravado para capturar o som da banda ao vivo. O próximo disco será talvez uma combinação de todos eles."
Haines fala calmamente e pontua as frases com uma simpática risadinha. Se a voz é aguda e doce, quase a de uma adolescente, ao vivo ela se comporta como uma veterana de palco.
Explica-se: Haines é integrante bissexta do coletivo Broken Social Scene e ainda comanda o projeto Emily Haines & The Soft Skeleton.
"Minha banda é o Metric, é meu projeto favorito. Mas cresci ouvindo diferentes tipos de música, então me sinto bem cantando várias coisas. O som do Metric é mais... luminoso, rápido, com energia. Meu trabalho solo é mais introspectivo. E os caras do Broken Social Scene são meus amigos, tomamos cerveja juntos. Mas meu papel ali é menos importante do que no Metric."

Comparações
Pelas composições acima da média, Haines já foi comparada a gente como o cantor americano Elliott Smith (1969-2003).
"Isso é uma honra, fico embaraçada quando fazem esse tipo de comparação. Elliott Smith fez alguns de meus discos favoritos", conta. "Mas somos uma banda que não vive numa bolha, estamos interessados no que está acontecendo na música hoje."
Segundo a vocalista, o Metric lançará o quarto álbum no segundo semestre. "Estamos finalizando as gravações."
Uma curiosidade: Emily Haines e o Metric fazem uma ponta no filme "Clean" (2004), do francês Olivier Assayas, tocando a faixa "Dead Disco".
Vale a pena chegar cedo ao Ibirapuera. A primeira banda a tocar no Motomix, às 15h, será a brasiliense Nancy, dona da deliciosa "Keep Cooler" (ouça em www.myspace.com/lixorama). Às 15h40, vem o Vênus (Campinas), seguido por Stop Play Moon (16h05).
O quarteto inglês Fujiya & Miyagi inicia o show às 17h. Depois vêm The Go! Team (18h20) e Metric (19h40).


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