São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Memorial exibe 700 raras peças indígenas de coleção

"Viagem Noturna" tem de armas à arte plumária

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há obras de Henry Moore nem de Anish Kapoor, mas a amostragem de parte da coleção do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, com um recorte de peças de arte indígena, é um dos pontos altos da temporada de exposições do Memorial da América Latina neste ano.
"Viagem Noturna - Arte Indígena: Preservação" é aberta para o público hoje, reunindo cerca de 700 objetos -a coleção sob a guarda provisória do Memorial tem 1.200- de diversas etnias indígenas brasileiras. Era para ser aberta na terça, mas a Justiça determinou que se suprimisse o nome de Cid Collection do seu título.
A montagem e a cenografia da mostra, assinadas por Marcos Albertin, propositalmente deixam o ambiente da galeria Marta Traba mais escuro. "Acho que foi uma boa escolha, pois isolou a galeria do exterior e ajuda na preservação, que é um dos focos da exposição", diz uma das coordenadoras da exposição, a inglesa Maureen Bisilliat, 77, fotógrafa com produção ligada à cultura indígena, em especial a do Parque Nacional do Xingu (MT).
De acordo com a curadora de conservação de "Viagem Noturna...", Daisy Estrá, a equipe encarregada da exposição trabalha há dois anos com o acervo, resolvendo problemas de conservação e catalogação do conjunto. "Houve algum dano em algumas peças, especialmente as menores, mas nada grave e, por isso, foi possível recuperar. Comparando com os catálogos de mostras com elas no exterior, foi constatado que essa parte indígena se manteve mais ou menos intacta."
Para Bisilliat, o conjunto que mais se destaca na coleção é formado por objetos de arte plumária. Na galeria, há uma parede repleta deles, de diversas etnias, destacando-se no centro uma grande peça dos caiapós. "Conjuntos como esses estão cada vez mais raros." Nos demais segmentos, peças de rituais e armas são outros dos pontos altos da mostra.
Há também cerâmicas, roupas, instrumentos musicais, trançados e utensílios domésticos, entre outras coisas. Uma decisão judicial dividiu a antiga coleção de Edemar Cid Ferreira para diversas instituições de São Paulo. A parte indígena está com o Memorial sob guarda provisória. Obras de Moore e Kapoor, entre outros, seguem desaparecidas.


VIAGEM NOTURNA - ARTE INDÍGENA: PRESERVAÇÃO
Quando:
de ter. a dom., das 9h às 18h; até 3/8
Onde: Memorial da América Latina -galeria Marta Traba (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. 0/ xx/11/3823-4600)
Quanto: entrada franca


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