São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011 |
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Arte em trânsito Panorama do MAM-SP reincorpora brasileiros dois anos após edição polêmica sem representantes do país
FABIO CYPRIANO DE SÃO PAULO Os brasileiros estão de volta. Após a polêmica edição de 2009, quando o Panorama da Arte Brasileira do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo), então organizado por Adriano Pedrosa, excluiu artistas nacionais -com uma exceção- da bienal, em 2011 a reserva de mercado nativa está garantida. Sob a responsabilidade dos curadores Cauê Alves e Cristiana Tejo, o Panorama 2011 terá, desta vez, 33 artistas, sendo apenas um de fato estrangeiro: Raphael Grisey, francês que vive em Berlim. É preciso descontar, no entanto, artistas como o argentino Nicolas Robbio ou o mexicano Hector Zamora, que vivem e produzem no Brasil. É possível ainda que um novo nome se agregue à lista obtida com exclusividade pela Folha. "A primeira pergunta que nos fazem é se vamos ter brasileiros", afirma, rindo, Alves. "Mas a gente não se preocupou em dar uma resposta ao Panorama anterior." Com o título "Itinerários, Itinerâncias", a mostra programada para ser aberta no dia 15 de outubro, "não vai discutir nacionalidade", afirma o curador. Segundo Tejo, que já foi diretora do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife, e trabalha na Fundação Joaquim Nabuco, "para a curadoria, não há mais a questão da nacionalidade, já que nossas raízes são mais fluídas e o que percebemos é que existe um fluxo cada vez mais urgente". DESLOCAMENTOS Pois é essa agitação do circuito artístico nacional que será um dos eixos centrais da mostra. "Na última década, cresceu muito o número de residências artísticas no país, e o sistema de arte se alterou muito. Nós nem conseguimos encontrar alguns artistas porque eles viajam o tempo todo", explica Alves. Ao usar o deslocamento como metáfora, os curadores pretendem também alterar a própria concepção da mostra: "O Panorama não será apenas uma exposição de arte, estamos pensando também no lado educativo do museu e a ele agregando artistas como Jorge Menna Barreto ou Bruno Faria". E completa: "Teremos uma mostra de cinema e, também, Chiara Banfi e Kassim serão DJ's residentes no programa existente no MAM, entre outras iniciativas". O mesmo Panorama que aborda as residências artísticas como motor criativo não vai, no entanto, ter uma. "Na última edição, a residência era fundamental, agora não. Mas nós estamos conversando com o Helmut Batista, que há 14 anos organiza residências e talvez tenha sido o primeiro a adotar esse sistema no país, para ver como ele poderia contribuir", diz Tejo. Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Panorama busca arte fora do eixo Rio-SP Índice | Comunicar Erros |
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