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Sieber lança "Santa de Casa", curta-celebração da carioquice
Filme está na programação de hoje do festival Anima Mundi, no Memorial
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Quando me mudei pro Rio,
em 99, fiquei dois meses sem
sair do apartamento. Sério!
Odiando tudo", ri o gaúcho
Allan Sieber, cujo curta "Santa
de Casa" será exibido hoje, no
Anima Mundi (dentro da seção
Curtas 6, que acontece às 20h,
na Sala 1 do Memorial). "Mas
depois fui sacando a cidade e
realmente gostando daqui.
Tem outro acordo entre as pessoas, diferente do Sul. Hoje, me
sinto mil vezes mais em casa
aqui do que em Porto Alegre."
Tudo isso para concluir que o
curta baseado no conto "Santinha Milagrosa", de Aldir Blanc,
é "uma homenagem mesmo à
cidade e seus habitantes. Tem
coisas hediondas, como os governantes e essa miséria epidêmica, mas enfim..."
Ilustrado ao lado do chargista Léo, o curta se passa durante
diferentes carnavais cariocas e
conta a história de uma promessa feita por uma menina
que sempre se cumpre durante
a festa momesca. Tudo desculpa para desfilar a fauna da Cidade Maravilhosa pelos blocos
e bares de desenho animado.
"A idéia era homenagear a
geração do Pasquim, caras como Jaguar, Fausto Wolff, Fortuna, Ivan Lessa, Aldir, Millôr,
que realmente quebraram a
banca na época deles e continuam destruindo, gênios absolutos. Esses caras, na minha cabeça de gaúcho tapado, sempre
estiveram atrelados ao Carnaval -blocos, bebedeiras, Banda
de Ipanema. Então, além de colocá-los como personagens no
curta, resolvemos caprichar na
bizarrice do bloco", explica Sieber, cartunista da Folha.
"Eu queria que o filme fosse
um cruzamento entre "Vai trabalhar Vagabundo" e "A Lira do
Delírio", uma coisa anos 70 até
nos diálogos. Não tem as piadas
grosseiras que eu sempre uso, é
uma tentativa de emular o clima e o humor da época", conclui.
(ALEXANDRE MATIAS)
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