São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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Sieber lança "Santa de Casa", curta-celebração da carioquice

Filme está na programação de hoje do festival Anima Mundi, no Memorial

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Quando me mudei pro Rio, em 99, fiquei dois meses sem sair do apartamento. Sério! Odiando tudo", ri o gaúcho Allan Sieber, cujo curta "Santa de Casa" será exibido hoje, no Anima Mundi (dentro da seção Curtas 6, que acontece às 20h, na Sala 1 do Memorial). "Mas depois fui sacando a cidade e realmente gostando daqui. Tem outro acordo entre as pessoas, diferente do Sul. Hoje, me sinto mil vezes mais em casa aqui do que em Porto Alegre."
Tudo isso para concluir que o curta baseado no conto "Santinha Milagrosa", de Aldir Blanc, é "uma homenagem mesmo à cidade e seus habitantes. Tem coisas hediondas, como os governantes e essa miséria epidêmica, mas enfim..."
Ilustrado ao lado do chargista Léo, o curta se passa durante diferentes carnavais cariocas e conta a história de uma promessa feita por uma menina que sempre se cumpre durante a festa momesca. Tudo desculpa para desfilar a fauna da Cidade Maravilhosa pelos blocos e bares de desenho animado.
"A idéia era homenagear a geração do Pasquim, caras como Jaguar, Fausto Wolff, Fortuna, Ivan Lessa, Aldir, Millôr, que realmente quebraram a banca na época deles e continuam destruindo, gênios absolutos. Esses caras, na minha cabeça de gaúcho tapado, sempre estiveram atrelados ao Carnaval -blocos, bebedeiras, Banda de Ipanema. Então, além de colocá-los como personagens no curta, resolvemos caprichar na bizarrice do bloco", explica Sieber, cartunista da Folha.
"Eu queria que o filme fosse um cruzamento entre "Vai trabalhar Vagabundo" e "A Lira do Delírio", uma coisa anos 70 até nos diálogos. Não tem as piadas grosseiras que eu sempre uso, é uma tentativa de emular o clima e o humor da época", conclui. (ALEXANDRE MATIAS)


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