São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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ALCINO LEITE NETO @ - ultimamoda@folhasp.com.br

DSquared chega ao Brasil

Grife que seduziu Kravitz e Madonna desembarca em 2007

São ambiciosos os planos dos empresários que trouxeram os jeans Diesel para o Brasil.
Em setembro, o grupo 4D, comandado em São Paulo por Esber Hajli, lança a Denin Gallery, linha de jeans de "alta costura" da Diesel. Em novembro, a festa dos cinco anos da marca italiana no país terá como DJ uma estrela internacional: o cantor Boy George.
Em fevereiro de 2007, o grupo começa a comercializar no Brasil a grife hype DSquared. E até 2008 quer implantar no país as marcas de vanguarda Martin Margiela e Vivienne Westwood -de propriedade de Renzo Rosso, dono da Diesel.
Não acabou. O 4D também estuda a criação de um hotel em São Paulo, com o selo de qualidade Pelican -a nova rede de hotéis criada por Rosso. "Nosso objetivo é vender lifestyle, não importa se um jeans da Diesel ou um quarto de hotel", diz Hajli, 42, que é um dos donos da casa noturna Royal, recém-inaugurada em SP.
Hajli não revela o valor do faturamento da Diesel no Brasil, mas conta que vende 120 mil peças por ano nas três lojas da marca no país -duas em São Paulo e uma no Rio. São poucas, comparadas ao Japão, onde há mais de 80 lojas. Mas a filial do shopping Iguatemi guarda a vantagem de ser a que mais vende por m2 no mundo.
O selo "made in Italy" é um dos principais trunfos do jeans Diesel, e Hajli se irrita ao ouvir comentários de que eles seriam feitos secretamente no Brasil. "Querem nos derrubar com esses boatos, porque sabem que o produto é muito superior. O dia em que forem feitos aqui, nós diremos", afirma.
Como a Diesel, a DSquared é uma das marcas mais cobiçadas do momento. Foi criada pelos irmãos gêmeos canadenses Dean e Dan Caten -daí o nome "D ao quadrado". No início dos anos 2000, foi adquirida por Rosso e passou a desfilar em Milão. Seu estilo irreverente e sofisticado tem atraído estrelas pop, como Lenny Kravitz, Justin Timberlake e Madonna.
No Brasil, não será comercializada nas lojas da Diesel, mas em outros locais, como o Clube Chocolate e a Daslu. A coleção inteira da temporada chegará ao país, com cerca de 600 peças femininas e masculinas, de camisetas a vestidos de noite. Uma camiseta custará pelo menos US$ 300 (cerca de R$ 670).

O perfume-granada da dupla Viktor& Rolf

Imagine uma granada mágica, cuja explosão fosse capaz de transformar todo o terror mundano num paraíso perfumado por jasmins, orquídeas e patchouli. As "guerrilheiras" interessadas nessa instigante arma do arsenal fashion já podem comprar o perfume Flowerbomb, da dupla de estilistas Viktor & Rolf, que acaba de chegar ao Brasil. A polêmica embalagem tem a forma de uma granada de vidro com lacre preto e conteúdo cor-de-rosa. "Flowerbomb é um antídoto contra a realidade, uma expressão de nossos sonhos", dizem os designers holandeses. O artefato está à venda em São Paulo na Vent Vert (tel. 0/xx/11/5181-4443) e na Calèche (tel. 0/xx/11/3032-3218).
A Comme des Garçons também lançou uma linha de perfumes rebeldes: os Guerrilla 1 e 2. Será a moda a nova política?

Quando a moda faz política

Política e moda se encontram nas telas a partir de 4 de agosto, com a estréia de "Zuzu Angel", filme de Sérgio Rezende, com Patricia Pillar no papel-título. O filme narra como a estilista brasileira se viu de repente envolvida no pesadelo da ditadura militar (1964-85), após o assassinato de seu filho, Stuart, pela repressão.
A tragédia desperta a consciência de Zuzu Angel para a situação concreta do país. Destemida, a estilista passa a buscar os culpados pelo crime e transforma as suas coleções numa forma de protesto. Uma das cenas fortes do filme -que tem figurinos de Kika Lopes- é o desfile em que Zuzu, toda de negro, distribui o retrato do filho para a platéia.
Pioneira em estampas e materiais tipicamente brasileiros no design de moda, Zuzu morreu em 1976, aos 54, em acidente de carro provocado por agentes da repressão.


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