São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Cineasta egípcio Youssef Chahine morre aos 82

Diretor lançou Omar Sharif e construiu obra política

DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta egípcio Youssef Chahine, autor de mais de 40 longas e um dos mais importantes nomes do cinema no mundo árabe, morreu ontem, aos 82 anos, no Cairo.
Chahine sofrera hemorragia cerebral no dia 16 de junho passado. Em coma, ficou sob tratamento em Paris, até ser transferido para um hospital no Cairo, no último dia 17.
Ao lamentar a morte do cineasta, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, destacou seu engajamento político à esquerda, classificando-o como "fervoroso defensor da liberdade de expressão e das liberdades individuais e coletivas".
Opositor do regime do ditador egípcio Hosni Mubarak, Chahine dirigiu filmes como "Djamila" (1958), sobre a ativista pela independência da Argélia Djamila Bouhired, e "Al Ard" (a terra), de 1969, sobre os dilemas políticos do Egito, a partir do setor agrícola.
"Ele queria ser ator, mas percebeu que gaguejava um pouco e que não era bonito o bastante. Decidiu que iria atuar por meio dos outros", disse sobre Chahine o ator Omar Sharif, a quem o cineasta lançou no cinema em 1954, com "Céu do Inferno".
Chahine ganhou um Urso de Prata no Festival de Berlim por "Alexandria, Por Quê?" (1978) e uma Palma de Ouro, por sua carreira, no Festival de Cannes, em 1997. "Era um realizador corajoso, um poeta imaginativo, um homem livre, transbordante de humanidade", disse sobre ele o presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob.


Com agências internacionais


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