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TELEVISÃO
crítica
"Sangue Negro" reconstitui violenta busca petrolífera
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Enquanto a água dos rios
chegam abundantes e de bom
grado às nossas bocas, o petróleo requer uma violação tremenda do solo, quase como um
estupro seguido de roubo. É
mesmo o tal "sangue da terra".
Uma violência que "Sangue
Negro" (HBO, 22h05; 14 anos),
de Paul Thomas Anderson,
soube bem retratar, através do
ambicioso Daniel Plainview
(Daniel Day-Lewis), imagem
que reconstitui a brutal experiência da prospecção nos EUA
do início do século 20.
Áspero, corpo encardido por
poeira e petróleo, ele vê o mundo como um meio produtivo,
com homens e subsolo sendo
matérias a serem exploradas.
O empresário monta seu império, mas não vemos seus frutos, e os únicos índices de progresso estão nas torres de perfuração do solo. A lógica da exploração não se justifica aqui.
Ao contrário, dela só fica retida
o predatismo e violência.
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