São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009

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"Hung" usa o sexo como escape para as crises

Endividado e desesperado, quarentão passa a se prostituir em seriado da HBO

Série estreia em outubro no Brasil e mistura hipotecas imobiliárias, desilusões e a mercantilização de um quarentão bem dotado

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Não passa um dia sem que o problemático e quarentão Ray (o ator Thomas Jane) se pergunte o que fez com a sua vida.
Protagonista da série "Hung", o gostosão do colégio se casou com a princesa do baile de formatura, com quem teve dois filhos. A vida pacata só lhe fez mal. Anos depois, a mulher o trocou por um dermatologista idiota, ele mal se consegue segurar no emprego de treinador do colégio local e perde a guarda dos filhos após um incêndio detonar a sua casa.
A série exibiu ontem seu quarto episódio nos Estados Unidos e estreia no Brasil no dia 3 de outubro, na HBO.
Desesperado e cheio de contas (daí o título, enforcado), com a casa queimada e hipotecada, vive o pesadelo americano numa Detroit também destruída pela crise imobiliária. "Quando eu parei de tentar chegar a algum lugar e passei apenas a tentar não me afogar?", Ray se pergunta, de repente consciente do fundo do poço em que se encontra.
O professor tenta pedir dinheiro para a ex-mulher, mas o orgulho não permite. Matricula-se, então, em um picareta curso de autoajuda. De lá, sai só uma ideia fixa: explorar seus dotes anatômicos e sexuais.
Quem o ajuda nessa empreitada para sair do buraco é outra fracassada: uma poeta que desperdiça a vida se matando de trabalhar numa empresa e que sempre se dá mal em seus relacionamentos. Vira a cafetina de Ray ou, como ela define, do "consultor de felicidade".
É um seriado de humor, mas de um riso meio forçado quando se percebe que o mundo que comercializa tudo, até a felicidade, é a realidade em que estamos mergulhados todos os dias.


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