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"Hung" usa o sexo como escape para as crises
Endividado e desesperado, quarentão passa a se prostituir em seriado da HBO
Série estreia em outubro no Brasil e mistura hipotecas imobiliárias, desilusões e a mercantilização de um quarentão bem dotado
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Não passa um dia sem que o
problemático e quarentão Ray
(o ator Thomas Jane) se pergunte o que fez com a sua vida.
Protagonista da série
"Hung", o gostosão do colégio
se casou com a princesa do baile de formatura, com quem teve
dois filhos. A vida pacata só lhe
fez mal. Anos depois, a mulher
o trocou por um dermatologista idiota, ele mal se consegue
segurar no emprego de treinador do colégio local e perde a
guarda dos filhos após um incêndio detonar a sua casa.
A série exibiu ontem seu
quarto episódio nos Estados
Unidos e estreia no Brasil no
dia 3 de outubro, na HBO.
Desesperado e cheio de contas (daí o título, enforcado),
com a casa queimada e hipotecada, vive o pesadelo americano numa Detroit também destruída pela crise imobiliária.
"Quando eu parei de tentar
chegar a algum lugar e passei
apenas a tentar não me afogar?", Ray se pergunta, de repente consciente do fundo do
poço em que se encontra.
O professor tenta pedir dinheiro para a ex-mulher, mas o
orgulho não permite. Matricula-se, então, em um picareta
curso de autoajuda. De lá, sai só
uma ideia fixa: explorar seus
dotes anatômicos e sexuais.
Quem o ajuda nessa empreitada para sair do buraco é outra
fracassada: uma poeta que desperdiça a vida se matando de
trabalhar numa empresa e que
sempre se dá mal em seus relacionamentos. Vira a cafetina de
Ray ou, como ela define, do
"consultor de felicidade".
É um seriado de humor, mas
de um riso meio forçado quando se percebe que o mundo que
comercializa tudo, até a felicidade, é a realidade em que estamos mergulhados todos os dias.
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