|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES
TV ABERTA
Em "U-571", EUA interceptam submarinos nazistas
A Cor da Fúria
Bandeirantes, 21h30.
(White Man's Burden). EUA, 1995,
88 min. Direção: Desmond Nakano.
Com John Travolta, Harry
Belafonte, Kelly Lynch. Fábula
política que desenvolve a hipótese
de uma América dominada pelos
negros, onde Travolta entra como
operário oprimido, lutando por
seus direitos. A inversão de cores
tem objetivos óbvios, mas não leva
a muito longe: é um pouco
problemático combater o racismo
com imaginação tão restrita e
idéias tão genéricas.
Witchblade, o Filme
SBT, 22h30.
(Witchblade). EUA, 2000, 90 min.
Direção: Ralph Hemecker. Com
Yancy Butler, Anthony Cistaro.
Uma detetive (Butler) em busca de
criminosos encontra pulseira
dotada de poderes sobrenaturais.
Há certa má-fé em dizer que este é
"o filme". Este é o filme para TV. Há
um outro filme para cinema com o
mesmo título original.
U-571 - A Batalha do
Atlântico
Record, 20h30.
(U-571). EUA/França, 2000, 116
min. Direção: Jonathan Mostow.
Com Mathew McConaughey, Bill
Paxton, Harvey Keitel, Jon Bon Jovi.
Com os submarinos alemães na cola da
frota aliada no Atlântico, a Marinha
americana envia um dos seus
submarinos para chegar próximos dos
barcos e interceptar as mensagens
codificadas dos nazistas. Filme de
enorme eficiência, fundado numa
distorção histórica: os ingleses, e não os
norte-americanos, é que estavam no U-571.
Oh! Que Bela Guerra
Bandeirantes, 0h30.
(Oh! What a Lovely War). EUA, 1969, 144
min. Direção: Richard Attenborough.
Com Laurence Olivier, John Gielgud,
Ralph Richardson, Michael Redgrave,
John Mills, Dirk Bogarde, Susannah York,
Maggie Smith. De um tão ilustre elenco,
trabalhando com uma produção
eficiente, a partir de uma peça
antimilitarista em torno da Primeira
Guerra, seria possível esperar mais. Este
musical reúne uma série de vinhetas em
uma guerra sem sangue. Attenborough
dava início aqui à sua quadrada carreira
de diretor.
O Guarda-Costas e a Primeira
Dama
Globo, 1h25.
(Guarding Tess). EUA, 1994, 95 min.
Direção: Hugh Wilson. Com Shirley
MacLaine, Nicolas Cage, Edward Albert.
Pouco antes de terminar seu turno de
três anos como guarda-costas de uma
ex-primeira dama (MacLaine), o agente
secreto Cage é convocado a um tempo mais
na terrível missão. Comédia que investe tudo
nos atores. Com razão, por sinal.
Frankenstein
SBT, 1h30.
(Frankenstein). EUA, 1992, 117 min. Direção:
David Wickes. Com Patrick Bergin, Randy
Quaid, John Mills. Uma das várias versões do
"Frankenstein" de Mary Shelley realizadas
nos anos 90. Até agora, era um mistério: por
que essa história voltaria à moda bem nesse
momento? Talvez porque já se intuísse a
clonagem. Enfim, por enquanto, só há
Frankenstein ovelha. E depois?
O Brinquedo
Globo, 3h.
(The Toy). EUA, 1982, 102 min. Direção:
Richard Donner. Com Richard Pryor, Jackie
Gleason, Ned Beatty. Um milionário
(Gleason) chama zelador (ex-jornalista) de
sua grande loja para ser o brinquedo de seu
filho. Filme menor de Donner, cujos filmes
maiores não são tão grandes assim.
Incógnito
SBT, 3h30.
(Incognito). EUA, 1997, 108 min. Direção:
John Badham. Com Jason Patrick, Irene
Jacob, Ian Richardson, Rod Steiger. Falsário
pinta um Rembrandt tão perfeito que seus
sócios passam a acusá-lo não apenas de ter
roubado a obra como de ter praticado um
assassinato. Bom princípio em filme que não
emplacou.
(IA)
TV PAGA
Haraquiri: um gesto de honra ou de crueldade?
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O haraquiri é um estranho
costume do Japão medieval,
por meio do qual resgatavam sua
honra os samurais que por uma
razão ou outra a tivessem perdido. Para tanto, o samurai devia
cortar a própria barriga com uma
espada, praticando um suicídio
ritual.
Vira e mexe o haraquiri é mencionado entre as virtudes que tornam esse país diferente do Brasil,
por exemplo, onde quem erra
normalmente procura esquivar-se da culpa do jeito que der.
Pode ser. Mas Masaki Kobayashi, o diretor de "Harakiri", filme
exibido hoje no Telecine Classic,
tem um ponto de vista bastante
crítico a respeito desse hábito.
Antes de ser um gesto de nobreza,
ele é dotado de uma crueldade
exemplar e se inscreve na lógica
de um sistema de poder extremamente hierarquizado, onde o
guerreiro -e todo o seu código
de honra- não passa, a rigor, de
um peão do shogun.
Ou seja, a contrapartida da bela
honra seria um sistema de obediência cega, portanto, não é de
espantar que tenha dado em coisas como os kamikazes da Segunda Guerra Mundial.
Cineasta pacifista, Kobayashi é
um ilustre representante dessa geração do pós-guerra que se notabilizou pela crítica dos costumes
nacionais. Antes disso, participou
da guerra como soldado e acabou
preso durante cerca de um ano
pelos norte-americanos após o
fim do conflito.
À parte isso, "Harakiri" é um filme de espantosa beleza plástica e
de um rigor exemplar: o duro preto-e-branco com que trabalha espelha, de certa forma, a rigidez
desse conceito de honra. "Harakiri" é um fecho magnífico para este
belo ciclo de filmes japoneses do
Telecine.
Harakiri
Quando: hoje, às 21h, no Telecine
Classic
Texto Anterior: Astrologia Próximo Texto: José Simão: Socorro! Semana do Festival da Cueca! Índice
|