São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2005

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FILMES

TV ABERTA


Em "U-571", EUA interceptam submarinos nazistas

A Cor da Fúria
Bandeirantes, 21h30.
  
(White Man's Burden). EUA, 1995, 88 min. Direção: Desmond Nakano. Com John Travolta, Harry Belafonte, Kelly Lynch. Fábula política que desenvolve a hipótese de uma América dominada pelos negros, onde Travolta entra como operário oprimido, lutando por seus direitos. A inversão de cores tem objetivos óbvios, mas não leva a muito longe: é um pouco problemático combater o racismo com imaginação tão restrita e idéias tão genéricas.

Witchblade, o Filme
SBT, 22h30.
 
(Witchblade). EUA, 2000, 90 min. Direção: Ralph Hemecker. Com Yancy Butler, Anthony Cistaro. Uma detetive (Butler) em busca de criminosos encontra pulseira dotada de poderes sobrenaturais. Há certa má-fé em dizer que este é "o filme". Este é o filme para TV. Há um outro filme para cinema com o mesmo título original.

U-571 - A Batalha do Atlântico
Record, 20h30.
   
(U-571). EUA/França, 2000, 116 min. Direção: Jonathan Mostow. Com Mathew McConaughey, Bill Paxton, Harvey Keitel, Jon Bon Jovi. Com os submarinos alemães na cola da frota aliada no Atlântico, a Marinha americana envia um dos seus submarinos para chegar próximos dos barcos e interceptar as mensagens codificadas dos nazistas. Filme de enorme eficiência, fundado numa distorção histórica: os ingleses, e não os norte-americanos, é que estavam no U-571.

Oh! Que Bela Guerra
Bandeirantes, 0h30.
  
(Oh! What a Lovely War). EUA, 1969, 144 min. Direção: Richard Attenborough. Com Laurence Olivier, John Gielgud, Ralph Richardson, Michael Redgrave, John Mills, Dirk Bogarde, Susannah York, Maggie Smith. De um tão ilustre elenco, trabalhando com uma produção eficiente, a partir de uma peça antimilitarista em torno da Primeira Guerra, seria possível esperar mais. Este musical reúne uma série de vinhetas em uma guerra sem sangue. Attenborough dava início aqui à sua quadrada carreira de diretor.

O Guarda-Costas e a Primeira Dama
Globo, 1h25.
  
(Guarding Tess). EUA, 1994, 95 min. Direção: Hugh Wilson. Com Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Edward Albert. Pouco antes de terminar seu turno de três anos como guarda-costas de uma ex-primeira dama (MacLaine), o agente secreto Cage é convocado a um tempo mais na terrível missão. Comédia que investe tudo nos atores. Com razão, por sinal.

Frankenstein
SBT, 1h30.
  
(Frankenstein). EUA, 1992, 117 min. Direção: David Wickes. Com Patrick Bergin, Randy Quaid, John Mills. Uma das várias versões do "Frankenstein" de Mary Shelley realizadas nos anos 90. Até agora, era um mistério: por que essa história voltaria à moda bem nesse momento? Talvez porque já se intuísse a clonagem. Enfim, por enquanto, só há Frankenstein ovelha. E depois?

O Brinquedo
Globo, 3h.
 
(The Toy). EUA, 1982, 102 min. Direção: Richard Donner. Com Richard Pryor, Jackie Gleason, Ned Beatty. Um milionário (Gleason) chama zelador (ex-jornalista) de sua grande loja para ser o brinquedo de seu filho. Filme menor de Donner, cujos filmes maiores não são tão grandes assim.

Incógnito
SBT, 3h30.
  
(Incognito). EUA, 1997, 108 min. Direção: John Badham. Com Jason Patrick, Irene Jacob, Ian Richardson, Rod Steiger. Falsário pinta um Rembrandt tão perfeito que seus sócios passam a acusá-lo não apenas de ter roubado a obra como de ter praticado um assassinato. Bom princípio em filme que não emplacou. (IA)

TV PAGA

Haraquiri: um gesto de honra ou de crueldade?

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O haraquiri é um estranho costume do Japão medieval, por meio do qual resgatavam sua honra os samurais que por uma razão ou outra a tivessem perdido. Para tanto, o samurai devia cortar a própria barriga com uma espada, praticando um suicídio ritual.
Vira e mexe o haraquiri é mencionado entre as virtudes que tornam esse país diferente do Brasil, por exemplo, onde quem erra normalmente procura esquivar-se da culpa do jeito que der.
Pode ser. Mas Masaki Kobayashi, o diretor de "Harakiri", filme exibido hoje no Telecine Classic, tem um ponto de vista bastante crítico a respeito desse hábito. Antes de ser um gesto de nobreza, ele é dotado de uma crueldade exemplar e se inscreve na lógica de um sistema de poder extremamente hierarquizado, onde o guerreiro -e todo o seu código de honra- não passa, a rigor, de um peão do shogun.
Ou seja, a contrapartida da bela honra seria um sistema de obediência cega, portanto, não é de espantar que tenha dado em coisas como os kamikazes da Segunda Guerra Mundial.
Cineasta pacifista, Kobayashi é um ilustre representante dessa geração do pós-guerra que se notabilizou pela crítica dos costumes nacionais. Antes disso, participou da guerra como soldado e acabou preso durante cerca de um ano pelos norte-americanos após o fim do conflito.
À parte isso, "Harakiri" é um filme de espantosa beleza plástica e de um rigor exemplar: o duro preto-e-branco com que trabalha espelha, de certa forma, a rigidez desse conceito de honra. "Harakiri" é um fecho magnífico para este belo ciclo de filmes japoneses do Telecine.


Harakiri
Quando: hoje, às 21h, no Telecine Classic



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