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TELEVISÃO
Crítica
"Caro Diário", com 15 anos, segue original e cômico
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Houve um tempo em que era
difícil não ver "Caro Diário"
(TC Cult, 20h10; 12 anos) na
TV paga. É bom tê-lo de volta.
O filme de Nanni Moretti, hoje
com 15 anos de idade, continua
original, crítico e cômico.
Ele pode ser definido como
três viagens pela Itália. Na primeira, é por Roma que o ator-cineasta passeia com sua vespa,
buscando o extraordinário em
acontecimentos cotidianos.
Na segunda, ele vai às ilhas
do sul com um amigo. Cada ilha
parece desenvolver um aspecto
da múltipla personalidade nacional, do apego aos filhos e às
festas, à confusão ou ao silêncio
(alternadamente). A terceira
viagem é por consultórios médicos, na tentativa de diagnosticar uma persistente coceira.
Há no filme, apesar do que
tem de dramático, uma intensa
felicidade, que Moretti nunca
mais reencontrou. Seu diário
precedeu a era Berlusconi, que
para o diretor é o fim da picada.
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