São Paulo, sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Cristovão Tezza estreia coluna na Ilustrada amanhã

Um dos escritores mais premiados do país, autor de "O Filho Eterno" passa a assinar quinzenalmente o "Rodapé Literário"

"A linguagem do romance é a linguagem do século 21", diz; último livro aborda relação com filho portador de síndrome de Down

Jonas Oliveira/Folha Imagem
Cristovão Tezza, 57, em sua casa em Curitiba; autor leciona na Universidade Federal do Paraná

MARCOS STRECKER
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de amanhã, o escritor e professor de língua portuguesa da Universidade Federal do Paraná Cristovão Tezza passa a assinar quinzenalmente o "Rodapé Literário" da Ilustrada, aos sábados.
Tezza, 57, é um dos autores mais premiados do país. Em 2008, ganhou os prêmios São Paulo de Literatura, Portugal Telecom, Jabuti (melhor romance), da Associação Paulista de Críticos de Arte (melhor ficção) e da revista "Bravo!" (livro do ano). Foi agraciado por "O Filho Eterno" (Record), romance que tem elementos autobiográficos e aborda a relação de um pai com o filho, que tem síndrome de Down. A experiência é espelhada na própria convivência de Tezza com seu filho.
Este foi o 14º livro na carreira de Tezza, iniciada em 1979. "Breve Espaço entre Cor e Sombra" venceu em 1998 o Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional. "O Fotógrafo" venceu o prêmio da Academia Brasileira de Letras de melhor romance de 2004, assim como o de melhor obra do ano da revista "Bravo!".
Nascido em Lages (SC), Tezza é autor de uma tese sobre o russo Bakhtin (1895-1975), publicada em 2002: "Entre a Prosa e a Poesia - Bakhtin e o Formalismo Russo" (Rocco).
"Cheguei a Bakhtin quase por acaso, pela via da linguística, e dentro da moldura acadêmica mais fechada, de que hoje tento me libertar. Bakhtin foi basicamente um filósofo que acabou por construir, na loucura da União Soviética, uma fenomenologia do romance como linguagem", diz.
"Minha tese foi uma tentativa de desdobrar a percepção bakhtiniana de que poesia e prosa não são formas composicionais distintas de um mesmo fenômeno estético, mas modos substancialmente distintos de apropriação da linguagem. A linguagem do romance, pelo seu extraordinário poder de assimilação e transformação, é a linguagem do século 21." Atualmente Tezza ministra uma oficina de textos na UFPR.

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