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Livros eletrônicos reduzem estigmas da leitura solitária
AUSTIN CONSIDINE
DO "NEW YORK TIMES"
Muito já foi escrito sobre a
capacidade da tecnologia de
conectar pessoas. Mas enterrar-se em um livro sempre foi
algo que isola a pessoa um
pouco. O que dizer, então, de
um aparelho que fica na intersecção entre os dois?
"Estranhos me perguntam
sempre sobre ele", comenta
Michael Hughes, assessor da
Escola de Saúde Pública
Johns Hopkins Bloomberg,
sobre o iPad em que lê romances e não ficção. "Isso raramente ocorre com livros
feitos de árvores mortas."
A Amazon informou que
as vendas do Kindle até agora são três vezes maiores que
as de 2009. Após a empresa
reduzir o preço do leitor em
junho, no mês seguinte vendeu 180 livros eletrônicos para cada cem de capa dura.
"Historicamente, há um
estigma ligado à traça de livros -algo derivado da ideia
infundada de que, se você está lendo, não está socializando", explica Paul Levinson,
da Universidade Fordham.
"Mas o livro eletrônico
muda isso, pois está intrinsecamente conectado a sistemas maiores." Para muitos,
converteu-se em acessório
obrigatório, anulando noções do que é ser alguém que
gosta de livros. "Comprar literatura voltou a ser cool."
"Vivemos em uma era
"high-tech" e a elegância e a
portabilidade do iPad apagam qualquer estigma negativo associado à leitura solitária", diz a dermatologista
Debra Jaliman, que lê de jornais a romances no iPad.
Mas, para a escritora e colunista Jenny Block, o Kindle
funciona como rejeição preventiva mais forte que o livro.
"Ele transmite uma mensagem imperativa: "Estou ocupada, não me perturbe". O
que é uma coisa boa. Ele diz:
"Estou acostumada a fazer isso. Não tenha pena de mim"."
Tradução de CLARA ALLAIN
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