São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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Livros eletrônicos reduzem estigmas da leitura solitária

AUSTIN CONSIDINE
DO "NEW YORK TIMES"

Muito já foi escrito sobre a capacidade da tecnologia de conectar pessoas. Mas enterrar-se em um livro sempre foi algo que isola a pessoa um pouco. O que dizer, então, de um aparelho que fica na intersecção entre os dois?
"Estranhos me perguntam sempre sobre ele", comenta Michael Hughes, assessor da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, sobre o iPad em que lê romances e não ficção. "Isso raramente ocorre com livros feitos de árvores mortas."
A Amazon informou que as vendas do Kindle até agora são três vezes maiores que as de 2009. Após a empresa reduzir o preço do leitor em junho, no mês seguinte vendeu 180 livros eletrônicos para cada cem de capa dura. "Historicamente, há um estigma ligado à traça de livros -algo derivado da ideia infundada de que, se você está lendo, não está socializando", explica Paul Levinson, da Universidade Fordham.
"Mas o livro eletrônico muda isso, pois está intrinsecamente conectado a sistemas maiores." Para muitos, converteu-se em acessório obrigatório, anulando noções do que é ser alguém que gosta de livros. "Comprar literatura voltou a ser cool."
"Vivemos em uma era "high-tech" e a elegância e a portabilidade do iPad apagam qualquer estigma negativo associado à leitura solitária", diz a dermatologista Debra Jaliman, que lê de jornais a romances no iPad. Mas, para a escritora e colunista Jenny Block, o Kindle funciona como rejeição preventiva mais forte que o livro. "Ele transmite uma mensagem imperativa: "Estou ocupada, não me perturbe". O que é uma coisa boa. Ele diz: "Estou acostumada a fazer isso. Não tenha pena de mim"."


Tradução de CLARA ALLAIN



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