São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2011

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"Volver" é o destaque do próximo domingo

Pedro Almodóvar volta a trabalhar com Carmen Maura e Penélope Cruz

Filme de 2006 revisita universo de mulheres fortes às voltas com desejos loucos, mistérios e mortes

DE SÃO PAULO

A Coleção Folha Cine Europeu lança nas bancas, no dia 4 de setembro, seu sexto fascículo, com "Volver", de Pedro Almodóvar.
Além do DVD, um livreto traz informações extras do filme e da obra deste que é o mais famoso cineasta espanhol das últimas décadas.
Quando "Volver" foi rodado, em 2006, Almodóvar já tinha marcado a cinematografia mundial com seu universo, nos anos 1980 e 1990, cujos exemplos mais claros são "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (1988) e "Ata-me" (1990).
Também já tinha realizado aquele que alguns críticos consideram seu filme mais "maduro" e visualmente limpo, "Fale com Ela" (2002).
Por isso, "Volver" é um trabalho revisionista, no qual o diretor reúne fortes personagens femininas, uma das marcas de seu cinema.
Para tal, chamou Penélope Cruz, com quem não trabalhava desde "Tudo sobre Minha Mãe" (1999), e Carmen Maura, que havia atuado na primeira fase de Almodóvar, nos curtas dos anos 1970, quando ele era um roqueiro.
Em "Volver", Raimunda (Cruz) é uma faxineira que se desdobra para sustentar a filha e o marido encostado. Certo dia, sua mãe (Carmen Maura), supostamente morta, reaparece para acertar algumas pendências.
Aqui estão as típicas mulheres almodovarianas, sempre às voltas com homens boçais e envolvidas em mistérios, desejos loucos e morte.
Esses temas recorrentes são uma forma de cinefilia devota de clássicos como "A Malvada" (1950), de Joseph L. Mankiewicz, e "Olhos sem Rosto" (1960), de Georges Franju, e dessa teledramaturgia que pesa a mão no kitsch.
Ao longo dos anos 2000, sobretudo, o diretor amenizou o aspecto "over" de seus trabalhos, mas manteve intacto o universo de que trata desde seus curtas setentistas e do primeiro longa, "Pepi, Luci e Bom" (1980).


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