free-lance para a Folha

Se a propaganda é a alma do negócio, o boca a boca é ingrediente fundamental para o sucesso de público no teatro. Marieta Severo e Nicette Bruno, de "A Dona da História" e "Somos Irmãs", confirmam.
Segundo Marieta, o sucesso da peça se deve não só ao tema, universal, já que "desde os gregos o ser humano especula sobre seu destino", mas também ao fato de ser um espetáculo que continua depois, no bate-papo do restaurante, que costuma dar continuidade ao programa.
"A peça dá margem a muitas conversas e novas leituras. Quem ainda não assistiu "A Dona da História' está out", brinca.
"Cada vez mais o público que tem poder aquisitivo para ir ao teatro quer diversão com reflexão. Diversão por diversão, ficariam todos em casa assistindo à TV", analisa a atriz.
Segundo Marieta, um bom lançamento só garante um mês de casa cheia. Depois, são as recomendações de amigos que levam outras pessoas ao teatro.
Nicette concorda e acha que o sucesso de "Somos Irmãs" se deve ao equilíbrio na montagem: do cenário ao figurino, passando pelo elenco e o texto, está tudo afinado.
"A emoção pega a platéia, que ri, chora e canta junto. A barra pesada da vida das duas é contrabalançada com o glamour. Essa peça se parece com o povo brasileiro, que é alegre, apesar de sua tragédia", explica Nicette.
Ao refletir sobre a coincidência dos temas -as peças falam de trajetórias de vida e confrontam maturidade e juventude-, as atrizes falam em inconsciente coletivo e na antena que os artistas têm para captar a demanda de seu público.
"O teatro é um reflexo do momento. Fazemos algo aqui e, de repente, um livro no Japão fala do mesmo assunto", diz Nicette. (JM)



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