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EVENTO FOLHA
Sarlo faz crítica ao populismo de mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
A crítica literária argentina Beatriz Sarlo disse anteontem, em palestra na
Folha, que o mercado e,
portanto, as sociedades
contemporâneas são essencialmente populistas.
Na verdade, disse Sarlo,
durante a palestra "Intelectuais e Populismo na
Argentina", comemorativa dos 25 anos da revista
"Novos Estudos - Cebrap",
trata-se de um novo tipo
de populismo, guiado pelas pesquisas de opinião,
que cria uma massa de
consumidores e eleitores
indiferenciada e esvazia a
política.
Sarlo -que lança pela
Companhia das Letras seu
livro "Tempo Passado" no
Brasil no ano que vem-
defendeu que o populismo
cria uma falsa oposição
entre alta cultura e as massas populares, que seriam,
segundo os populistas, iludidas pelos "letrados".
Na política, a conseqüência dessa falsa oposição -que também opera
na esfera do consumo e
dos meios de comunicação- é a entrada em cena
do que chamou de "pesquisologia": vale, na arena
pública, o que se mede nas
sondagens. "As pessoas
são o que os meios de comunicação dizem que elas
são. Há uma hegemonia
dos meios e das pesquisas
sobre a política."
Entre os exemplos dessa
forma de populismo pós-moderno na política, a crítica argentina citou o trabalho do marqueteiro Duda Mendonça, criador do
"Lulinha Paz e Amor".
"Compartilhamos as
perdas", ela disse, referindo-se ao fato de Duda ter
trabalhado em seu país.
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