São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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EVENTO FOLHA

Sarlo faz crítica ao populismo de mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A crítica literária argentina Beatriz Sarlo disse anteontem, em palestra na Folha, que o mercado e, portanto, as sociedades contemporâneas são essencialmente populistas.
Na verdade, disse Sarlo, durante a palestra "Intelectuais e Populismo na Argentina", comemorativa dos 25 anos da revista "Novos Estudos - Cebrap", trata-se de um novo tipo de populismo, guiado pelas pesquisas de opinião, que cria uma massa de consumidores e eleitores indiferenciada e esvazia a política.
Sarlo -que lança pela Companhia das Letras seu livro "Tempo Passado" no Brasil no ano que vem- defendeu que o populismo cria uma falsa oposição entre alta cultura e as massas populares, que seriam, segundo os populistas, iludidas pelos "letrados".
Na política, a conseqüência dessa falsa oposição -que também opera na esfera do consumo e dos meios de comunicação- é a entrada em cena do que chamou de "pesquisologia": vale, na arena pública, o que se mede nas sondagens. "As pessoas são o que os meios de comunicação dizem que elas são. Há uma hegemonia dos meios e das pesquisas sobre a política."
Entre os exemplos dessa forma de populismo pós-moderno na política, a crítica argentina citou o trabalho do marqueteiro Duda Mendonça, criador do "Lulinha Paz e Amor".
"Compartilhamos as perdas", ela disse, referindo-se ao fato de Duda ter trabalhado em seu país.


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