|
Texto Anterior | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Polanski é preso na Suíça por caso de estupro de 1977
Cineasta franco-polonês de "O Bebê de Rosemary" e "O Pianista" foi detido ao chegar ao aeroporto de Zurique e pode ser extraditado aos Estados Unidos
Roman Polanski, que seria homenageado em festival, é considerado fugitivo nos EUA por estupro de uma adolescente de 13 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O cineasta Roman Polanski,
76, foi preso na noite de anteontem ao chegar ao aeroporto de Zurique, devido a uma ordem de prisão emitida pelos
Estados Unidos há mais de 30
anos, acusado de estuprar uma
adolescente de 13 anos.
O diretor franco-polonês, ganhador do Oscar por "O Pianista", foi à Suíça receber um prêmio pelo conjunto de sua obra
no Festival de Cinema de Zurique e abrir uma retrospectiva
de seus filmes, que incluem
"Repulsa ao Sexo", "O Bebê de
Rosemary" e "Chinatown".
Mas ele não passou do aeroporto e agora corre o risco de
ser extraditado para os EUA.
"Se ele concordar com a extradição, deverá ser enviado aos
EUA nos próximos dias", disse
uma porta-voz do Departamento de Justiça da Suíça.
No entanto, se ele tentar suspender o mandado de prisão, o
caso poderá levar meses. "A
convenção [de extradição] entre Suíça e EUA não é muito
clara", disse seu advogado.
O cineasta é considerado fugitivo nos EUA desde o final
dos anos 1970, após ser acusado
de dar drogas e estuprar uma
menor de idade, quando ele tirava fotos dela numa sessão fotográfica na casa do ator Jack
Nicholson, em Los Angeles.
Em 1977, o diretor se declarou culpado e chegou a ficar
mais de 40 dias preso. Ao ser libertado sob fiança e sem esperar pela sentença final, Polanski fugiu para a França. Desde
então, mora em Paris, tem dois
filhos e é casado com atriz francesa Emmanuelle Seigner.
A prisão despertou protestos
ao redor do mundo, em especial
no festival suíço. Na França, o
ministro da Cultura, Frederic
Mitterrand, ficou "chocado"
com a notícia, informou seu gabinete, acrescentando que o
presidente Nicolas Sarkozy esperava que o cineasta pudesse
voltar logo para sua família.
Promotores de Los Angeles
afirmaram que esta não foi a
primeira tentativa de deter Polanski entre suas viagens pelo
mundo. "O problema é que ele
nunca aparecia no país onde
era esperado", disse a porta-voz
do Ministério Público dos EUA.
O cineasta passou por dramas tão sombrios como seus
filmes. Escapou do holocausto
na Polônia e teve sua mulher
Sharon Tate assassinada em
1969, quando grávida, por seguidores de Charles Manson.
Texto Anterior: Música: Verônica Ferriani canta amanhã no Bourbon Índice
|