São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Polanski é preso na Suíça por caso de estupro de 1977

Cineasta franco-polonês de "O Bebê de Rosemary" e "O Pianista" foi detido ao chegar ao aeroporto de Zurique e pode ser extraditado aos Estados Unidos

Roman Polanski, que seria homenageado em festival, é considerado fugitivo nos EUA por estupro de uma adolescente de 13 anos


DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta Roman Polanski, 76, foi preso na noite de anteontem ao chegar ao aeroporto de Zurique, devido a uma ordem de prisão emitida pelos Estados Unidos há mais de 30 anos, acusado de estuprar uma adolescente de 13 anos.
O diretor franco-polonês, ganhador do Oscar por "O Pianista", foi à Suíça receber um prêmio pelo conjunto de sua obra no Festival de Cinema de Zurique e abrir uma retrospectiva de seus filmes, que incluem "Repulsa ao Sexo", "O Bebê de Rosemary" e "Chinatown".
Mas ele não passou do aeroporto e agora corre o risco de ser extraditado para os EUA. "Se ele concordar com a extradição, deverá ser enviado aos EUA nos próximos dias", disse uma porta-voz do Departamento de Justiça da Suíça.
No entanto, se ele tentar suspender o mandado de prisão, o caso poderá levar meses. "A convenção [de extradição] entre Suíça e EUA não é muito clara", disse seu advogado.
O cineasta é considerado fugitivo nos EUA desde o final dos anos 1970, após ser acusado de dar drogas e estuprar uma menor de idade, quando ele tirava fotos dela numa sessão fotográfica na casa do ator Jack Nicholson, em Los Angeles.
Em 1977, o diretor se declarou culpado e chegou a ficar mais de 40 dias preso. Ao ser libertado sob fiança e sem esperar pela sentença final, Polanski fugiu para a França. Desde então, mora em Paris, tem dois filhos e é casado com atriz francesa Emmanuelle Seigner.
A prisão despertou protestos ao redor do mundo, em especial no festival suíço. Na França, o ministro da Cultura, Frederic Mitterrand, ficou "chocado" com a notícia, informou seu gabinete, acrescentando que o presidente Nicolas Sarkozy esperava que o cineasta pudesse voltar logo para sua família.
Promotores de Los Angeles afirmaram que esta não foi a primeira tentativa de deter Polanski entre suas viagens pelo mundo. "O problema é que ele nunca aparecia no país onde era esperado", disse a porta-voz do Ministério Público dos EUA.
O cineasta passou por dramas tão sombrios como seus filmes. Escapou do holocausto na Polônia e teve sua mulher Sharon Tate assassinada em 1969, quando grávida, por seguidores de Charles Manson.


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