São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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José Celso critica imprensa e Bienal em lançamento de filme

Diretor reprovou tom de "denuncismo" na campanha eleitoral

MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO

A estreia da montagem de "Os Sertões" no cinema, na noite de ontem, teve a marca teatral e polêmica do diretor José Celso Martinez Corrêa.
Até sexta-feira, as cinco partes que o Teatro Oficina, fundado por ele, encenou nos palcos serão exibidas no Cine Livraria Cultura.
Antes da sessão de "A Terra", primeira parte do ciclo, o diretor criticou a imprensa paulista, que teria dado menos destaque ao projeto que a carioca.
"Só interessa à imprensa o tom moralista, o que vai ser proibido, o que não pode."
Enquanto distribuía balas aos convidados, em homenagem ao dia de Cosme e Damião, e puxava aplausos para os atores de "Os Sertões", José Celso reclamou que há um clima de "denuncismo" na campanha eleitoral.
Relembrou o jornalista e político Carlos Lacerda (1914-1977), que exerceu forte oposição ao governo Getúlio Vargas no início dos anos 1950, e comparou-o a José Serra, candidato do PSDB à presidência.
"O Carlos Lacerda incorporou no José Serra. Foda-se o sigilo bancário, tudo deve ser aberto", disse, referindo-se às acusações de que membros do PT violaram dados secretos da filha de Serra.
Sobrou espaço também para queixas contra a organização da Bienal. Na tarde de domingo, José Celso comandou no local uma performance em homenagem ao artista modernista Flávio de Carvalho (1899-1973).
"Não me deixaram entrar com absinto na Bienal. Em vez de cerveja, tivemos que usar água. É um reflexo dessa cultura de proibição."


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