São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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Caetano tenta vetar 'Tropicália' como nome de condomínio

GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

Caetano Veloso quer impedir o uso do termo "tropicália" para batizar um conjunto de prédios de alto padrão que está sendo erguido pela Odebrecht, em Salvador.
"Tropicália" é o título do disco que ele e Gilberto Gil gravaram em 1968, considerado o manifesto musical do movimento tropicalista. A OR (Odebrecht Realizações), braço de incorporação imobiliária do conglomerado, usou o termo para batizar empreendimento imobiliário lançado em agosto.
Trata-se de um condomínio de oito prédios de 14 andares com apartamentos de até 300 m2, que deve ficar pronto em 2015. Metade dos 464 apartamentos, com preços entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão, já foi vendida. Caetano disse à Folha que se "orgulha" de sua obra musical que popularizou o termo "Tropicália", cunhado por Hélio Oiticica, mas criticou seu uso comercial.
"Um empreendimento imobiliário rentabilíssimo [que] não está fazendo algo diferente de usar a força dessa difusão como publicidade para seu produto. Configura um uso parasitário de minha imagem pública. De resto, não gosto da febre de condomínios fechados no litoral ao norte de Salvador", disse.
A advogada Simone Kameneitz, que representa Caetano, disse já ter notificado a empresa para mudar o nome do empreendimento. Se o pedido não for atendido, o cantor vai processar a Odebrecht. A Odebrecht Representações, que disse não ter sido notificada, não pretende mudar o nome do condomínio porque o vocábulo "Tropicália" não pertence a Caetano.
"O objetivo da OR é homenagear o movimento artístico conhecido como tropicália, de grande representatividade na Bahia e no Brasil, que inclui a participação de inúmeros artistas nas diversas expressões culturais como a música e as artes plásticas", declarou a empresa por meio de nota oficial.


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