São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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"Vila Sésamo" volta ao Brasil

Sucesso no país na década de 70, programa infantil educativo ganha uma nova versão na TV Cultura

Episódios, co-produzidos pela emissora brasileira e a fundação norte-americana Sesame Workshop, entram no ar a partir de amanhã

Leonardo Wen/Folha Imagem
A boneca Bel, especialmente desenvolvida para o Brasil, e Garibaldo no cenário da nova versão nacional da "Vila Sésamo'; o pássaro, azul nos anos 70, volta amarelo


DA REPORTAGEM LOCAL

Garibaldo está de volta. O famoso pássaro azul que contracenava com Sônia Braga na "Vila Sésamo" agora é amarelo como Big Bird, o original norte-americano. A cor havia sido modificada para melhorar a imagem nos televisores preto-e-branco do Brasil dos anos 70.
A nova versão do programa infantil educativo entra no ar amanhã, da TV Cultura, e será exibida de segunda a sábado.
Além do Garibaldo repaginado, a "Vila Sésamo" brasileira terá um personagem exclusivamente desenvolvido para o país.
A boneca cor-de-rosa Bel, uma menina de três anos, brinca e aprende com o pássaro, que representa uma criança de seis.
O cenário, assinado pelo brasileiro Gert Seewald, tem referências regionais do país, como desenhos indígenas dos marajoaras. Interpretado por Vanessa da Mata, o tema de abertura foi composto por Arthur Nestrovski, articulista da Folha, que assina a trilha sonora.
Veiculado em 120 países, "Sesame Street" é voltado à idade pré-escolar e dá noções de matemática e alfabetização, além de consciência sobre diversidade e meio ambiente.
O projeto é pioneiro na utilização da televisão como ferramenta de educação infantil. Foi desenvolvido por uma organização sem fins lucrativos criada nos EUA há 38 anos, a Sesame Workshop, que assinou contrato com a TV Cultura para a co-produção da versão brasileira.
A "Vila Sésamo" exibida no país na década de 70 foi a primeira adaptação estrangeira do programa original, "Sesame Street". Na primeira fase (1972 a 1974), foi co-produzida e exibida pelas TVs Cultura e Globo. Entre 1974 e 1977, quando saiu do ar, era exclusiva da Globo.
"Nos anos 70, a nossa luta era para colocar as crianças no ensino fundamental. O Brasil avançou, e a maioria está matriculada. Hoje a luta é pelo ensino infantil. Apenas 35% das crianças de zero a cinco anos estão na escola. "Vila Sésamo" tem o objetivo de universalizar o acesso de todos ao aprendizado nessa fase", afirmou Âmbar de Barros, coordenadora do núcleo infanto-juvenil da Fundação Padre Anchieta (que administra a TV Cultura), durante a apresentação à imprensa.
"O Brasil, com 18 milhões de crianças abaixo dos 5 anos, renovou seu compromisso com a educação básica", disse Daniel Victor, vice-presidente-executivo de projetos internacionais da Sesame Workshop.

78 episódios
Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, afirmou que o contrato prevê a co-produção de 78 episódios, com um investimento inicial de R$ 2 milhões. Parte dos recursos será captada na iniciativa privada, que poderá ter anúncios institucionais nos intervalos.
Nos últimos anos, a TV Cultura, uma TV pública, vem exibindo comerciais para crianças da mesma maneira que qualquer rede comercial.
"As regras para a publicidade estão mais rígidas com a "Vila Sésamo" e tendem a ser assim também em toda a programação", declarou Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta (FPA) desde junho.
"Vila Sésamo" também rompe a norma de privilegiar o canal pago da FPA, TV Rá-Tim-Bum, que costuma veicular antes da Cultura os infantis inéditos. "Essa é uma estratégia mercadológica, mas o contrato da "Vila Sésamo" é para TV aberta", explica Markun.
(LAURA MATTOS)



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