Cantora islandesa fez o público entrar em transe com o show de sua turnê "Volta'; hoje ela se apresenta em SP

Por causa da chuva no Rio, anteontem, os shows de três bandas nacionais, que tocariam em palco ao ar livre, foram cancelados

THIAGO NEY
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Cada um com seu público, a veterana islandesa Björk e os novatos ingleses do Arctic Monkeys foram os destaques do primeiro dia do Tim Festival no Rio, anteontem à noite, na Marina da Glória. Hoje ambos se apresentam na Arena Skol Anhembi, em São Paulo, durante a etapa paulista do evento, que reúne também as bandas The Killers, Hot Chip, Juliette & the Licks e Spank Rock.
A edição carioca do festival sofreu com alguns problemas estruturais. O palco Novo Rock BR (que teria shows de Montage, Vanguart e Del Rey), montado ao ar livre, na área de convivência, foi cancelado devido à chuva.
Muita gente perdeu os primeiros shows da noite, que começaram entre 20h e 20h30 (como o da banda Antony and the Johnsons), por causa do congestionamento na zona sul do Rio.
Em sua volta ao Brasil (ela se apresentou no Free Jazz de 1996), desta vez com a turnê de seu sexto disco solo, "Volta", Björk demonstrou na prática a filosofia que havia afirmado em entrevista à Folha pouco antes do festival: "Com o ritmo, pode-se entrar em transe". A apresentação começou às 21h35, com tenda cheia (4.000 pessoas). Björk entrou escorada por quatro músicos (teclados, bateria, mesa de som) além de uma equipe de dez islandesas nos metais.
O brilhante dourado da roupa da cantora era emoldurado por cenário multicolorido, que envolvia bandeirolas, chuva de papel picado e raio laser.
Logo no início Björk mostrou sua nova fase, com a faixa "Earth Intruders". O set list incluiu ainda canções como "Army of Me", "Innocence" e "I Miss You". O bis, com "Declare Independence", foi igualmente apoteótico, como a cantora gritando "Erase your flags" (apague suas bandeiras).
A mesma tenda que abrigou a explosão sonora e colorida de Björk recebeu na madrugada de sábado os ingleses Arctic Monkeys. O cenário, aqui, era básico: apenas refletores colocados no fundo do palco. O público era formado sobretudo por adolescentes -teve gente que chegou à Marina da Glória às 9h para ver os roqueiros.
A apresentação do A. Monkeys teve quase duas dezenas de músicas de seus dois álbuns, e terminou às 2h45. Antes do quarteto, houve show do grupo electro-pop Hot Chip, também da Inglaterra.
O segundo palco, intitulado Novas Divas, teve a ordem dos shows alterada. A abertura ficou com Kátia B. Cibelle, que entraria em seguida, deu lugar à norte-americana Cat Power, que pediu para tocar mais cedo pois se apresentaria novamente em São Paulo ontem.
Após Cat Power, foi a vez de novo set de Antony and the Johnsons (que já havia tocado antes de Björk). Por fim, Cibelle só foi se apresentar por volta das 3h30. E passou o show inteiro reclamando que estava levando choques no palco.
Diferentemente de anos anteriores, em que havia um ar-condicionado potente, neste ano fazia um calor enorme dentro da tenda principal. Em alguns momentos, chegou a faltar cerveja nos bares.
Algumas personalidades estiveram anteontem no festival, como o ator argentino Gael García Bernal, a atriz Dira Paes e o cantor Milton Nascimento, que assistia ao show de Björk.
O Tim Festival continua com apresentações hoje e amanhã em São Paulo e em Vitória; e, na quarta, acontece o último show, em Curitiba.


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