|
Texto Anterior | Índice
ILUSTRADA
Poeta estava internado havia 12 dias devido a insuficiência cardíaca
Morre no Rio Sebastião Uchôa Leite
DA SUCURSAL DO RIO
O poeta Sebastião Uchôa Leite
morreu na manhã de ontem, no
Rio, vítima de insuficiência cardíaca. Ele tinha 68 anos e estava
internado desde o último dia 16
no hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul da cidade.
Seu quadro clínico se agravou
anteontem, segundo o hospital. O
corpo de Uchôa Leite será sepultado às 10h de hoje, no cemitério
São João Batista.
Neste mês, pouco antes de ser
internado, Uchôa Leite conquistou o segundo lugar do Prêmio
Portugal Telecom de Literatura
Brasileira, com "A Regra Secreta",
pelo qual recebera R$ 30 mil.
Sebastião Uchôa Leite nasceu
em Timbaúba (PE), em 31 de janeiro de 1935. Seu primeiro livro,
publicado em 1960, foi "Dez Sonetos sem Matéria". Ao todo, o poeta publicou 12 livros, entre poemas e ensaios.
Conquistou o Jabuti de poesia
em 1980, pelo livro "Antilogia",
prêmio que ganhou outras duas
vezes, na categoria tradução, com
"Crônicas Italianas", de Stendhal,
em 98, e com "Poesia", de François Villon, em 2001. Traduziu
também obras de A. M. Krich,
Angelo M. Ripellino e Julio Cortázar, entre diversos outros.
A perda foi lamentada pelo
meio literário brasileiro. O poeta
Ferreira Gullar ressaltou sua ética
e o qualificou como "poeta de
muito requinte, tradutor excelente e um intelectual competente".
"Era alguém por quem tinha um
grande carinho, apesar das discordâncias artísticas", afirmou.
A ética e a competência foram
lembradas também pelos poetas
Régis Bonvicino e Frederico Barbosa, que editou seu último livro.
"Sempre foi um trabalhador intelectual sério e exigente. Considero-o como um dos maiores poetas deste país", disse Barbosa.
Texto Anterior: Michael Jackson: Mãe de suposta vítima se diz "confusa" Índice
|