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São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

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ILUSTRADA

Poeta estava internado havia 12 dias devido a insuficiência cardíaca

Morre no Rio Sebastião Uchôa Leite

DA SUCURSAL DO RIO

O poeta Sebastião Uchôa Leite morreu na manhã de ontem, no Rio, vítima de insuficiência cardíaca. Ele tinha 68 anos e estava internado desde o último dia 16 no hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul da cidade.
Seu quadro clínico se agravou anteontem, segundo o hospital. O corpo de Uchôa Leite será sepultado às 10h de hoje, no cemitério São João Batista.
Neste mês, pouco antes de ser internado, Uchôa Leite conquistou o segundo lugar do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, com "A Regra Secreta", pelo qual recebera R$ 30 mil.
Sebastião Uchôa Leite nasceu em Timbaúba (PE), em 31 de janeiro de 1935. Seu primeiro livro, publicado em 1960, foi "Dez Sonetos sem Matéria". Ao todo, o poeta publicou 12 livros, entre poemas e ensaios.
Conquistou o Jabuti de poesia em 1980, pelo livro "Antilogia", prêmio que ganhou outras duas vezes, na categoria tradução, com "Crônicas Italianas", de Stendhal, em 98, e com "Poesia", de François Villon, em 2001. Traduziu também obras de A. M. Krich, Angelo M. Ripellino e Julio Cortázar, entre diversos outros.
A perda foi lamentada pelo meio literário brasileiro. O poeta Ferreira Gullar ressaltou sua ética e o qualificou como "poeta de muito requinte, tradutor excelente e um intelectual competente". "Era alguém por quem tinha um grande carinho, apesar das discordâncias artísticas", afirmou.
A ética e a competência foram lembradas também pelos poetas Régis Bonvicino e Frederico Barbosa, que editou seu último livro. "Sempre foi um trabalhador intelectual sério e exigente. Considero-o como um dos maiores poetas deste país", disse Barbosa.


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