São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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"Foi como uma combustão espontânea", afirma Sérgio Dias, sobre o retorno

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

"Não é um revival, é a retomada de uma carreira brilhante." Assim Zélia Duncan define a reunião dos Mutantes, que resultou no CD e no DVD ao vivo que chegam às lojas nesta semana. Duncan foi convidada a fazer parte do grupo, ao lado de Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Dinho Leme com a recusa de Rita Lee em voltar à banda.
Dias conta que chegou a chamar Rita. "Era uma questão de ética. Mandei um e-mail, ela respondeu que não. Disse que sua neta havia nascido e que estaria ocupada." A decisão de reunir os Mutantes foi em janeiro. Dias e Baptista afirmam que os motivos foram vários. O estopim foi a mostra sobre tropicalismo realizada no Barbican, em Londres, este ano.
"Alguns dizem que foi o Barbican quem tomou a iniciativa, outros que foi nosso empresário", despista Baptista, em entrevista realizada ontem em um hotel de São Paulo. "Foi como uma combustão espontânea", compara Dias. "Tudo aconteceu ao mesmo tempo. O Aluizer [hoje empresário da banda] conversou com o diretor do Barbican, depois todos ficamos nos falando por telefone. Quando o Dinho [baterista] me disse: "Se precisar, eu toco", eu balancei. Porque ele não tocava há 30 anos."
Em fevereiro, no estúdio de Dias, em São Paulo, os Mutantes voltaram a ensaiar. Foi, também, o reencontro de Dias e Baptista, que não se viam há cerca de cinco anos. "Fizemos mais de 50 sessões de 12 horas cada uma", diz Dias. Na época, estavam sem vocalista. Zélia Duncan apareceu em abril.
"Não conhecia bem o trabalho dela, mas quando nos encontramos, por acaso, nos apaixonamos", lembra Dias. Poucos dias depois, a cantora recebeu um e-mail com a mensagem: "Zélia, sou um cara impulsivo. Quer cantar com a gente em Londres?". Ela aceitou.
"Liguei para a Rita e ela disse: "Tudo bem, vai em frente". Falou com muito carinho e isso me deixou tranqüila."

Turnê e disco novo
Após alguns shows no exterior, os Mutantes voltarão a se apresentar no Brasil (após quase 30 anos) em 25 de janeiro, em frente ao Museu do Ipiranga, nas comemorações do aniversário de São Paulo.
"Queríamos fazer algo especial, não um show comum. O lugar era um detalhe muito importante", conta Dias. Esse show será o primeiro de uma turnê que passará pelo país. Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro são outras cidades que já têm acertados shows dos Mutantes para o ano que vem.
Após as apresentações, a banda deve gravar disco com inéditas. "Estou encontrando algumas letras antigas que têm a ver com a gente. Tenho algumas canções prontas", diz Baptista. "E eu tenho três músicas novas", afirma Dias.


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