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"Foi como uma combustão espontânea", afirma Sérgio Dias, sobre o retorno
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não é um revival, é a retomada de uma carreira brilhante." Assim Zélia Duncan define
a reunião dos Mutantes, que resultou no CD e no DVD ao vivo
que chegam às lojas nesta semana. Duncan foi convidada a
fazer parte do grupo, ao lado de
Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e
Dinho Leme com a recusa de
Rita Lee em voltar à banda.
Dias conta que chegou a chamar Rita. "Era uma questão de
ética. Mandei um e-mail, ela
respondeu que não. Disse que
sua neta havia nascido e que estaria ocupada." A decisão de
reunir os Mutantes foi em janeiro. Dias e Baptista afirmam
que os motivos foram vários. O
estopim foi a mostra sobre tropicalismo realizada no Barbican, em Londres, este ano.
"Alguns dizem que foi o Barbican quem tomou a iniciativa,
outros que foi nosso empresário", despista Baptista, em entrevista realizada ontem em
um hotel de São Paulo. "Foi como uma combustão espontânea", compara Dias. "Tudo
aconteceu ao mesmo tempo. O
Aluizer [hoje empresário da
banda] conversou com o diretor do Barbican, depois todos
ficamos nos falando por telefone. Quando o Dinho [baterista]
me disse: "Se precisar, eu toco",
eu balancei. Porque ele não tocava há 30 anos."
Em fevereiro, no estúdio de
Dias, em São Paulo, os Mutantes voltaram a ensaiar. Foi,
também, o reencontro de Dias
e Baptista, que não se viam há
cerca de cinco anos. "Fizemos
mais de 50 sessões de 12 horas
cada uma", diz Dias. Na época,
estavam sem vocalista. Zélia
Duncan apareceu em abril.
"Não conhecia bem o trabalho dela, mas quando nos encontramos, por acaso, nos apaixonamos", lembra Dias. Poucos
dias depois, a cantora recebeu
um e-mail com a mensagem:
"Zélia, sou um cara impulsivo.
Quer cantar com a gente em
Londres?". Ela aceitou.
"Liguei para a Rita e ela disse:
"Tudo bem, vai em frente". Falou com muito carinho e isso
me deixou tranqüila."
Turnê e disco novo
Após alguns shows no exterior, os Mutantes voltarão a se
apresentar no Brasil (após quase 30 anos) em 25 de janeiro,
em frente ao Museu do Ipiranga, nas comemorações do aniversário de São Paulo.
"Queríamos fazer algo especial, não um show comum. O
lugar era um detalhe muito importante", conta Dias. Esse
show será o primeiro de uma
turnê que passará pelo país.
Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro são outras cidades que já têm
acertados shows dos Mutantes
para o ano que vem.
Após as apresentações, a
banda deve gravar disco com
inéditas. "Estou encontrando
algumas letras antigas que têm
a ver com a gente. Tenho algumas canções prontas", diz Baptista. "E eu tenho três músicas
novas", afirma Dias.
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