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EUA antecipam luta pelo Oscar
Só um dos favoritos ao prêmio de melhor filme do ano ainda não estreou no mercado americano
Além do inédito "Dreamgirls", "Babel", "A Conquista da Honra" e "Os Infiltrados" têm boas chances de serem indicados
AMIR LABAKI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
A corrida ao Oscar começou
mais cedo. Neste ano, parece
enfraquecida a tradição da estréia próxima ao Natal dos
principais concorrentes. Vários
dos maiores favoritos já foram
lançados no mercado dos EUA.
Talvez a vitória de "Crash
-°No Limite" no último Oscar
tenha a ver com a antecipação.
O polifônico drama sobre Los
Angeles de Paul Haggis foi lançado no meio do primeiro semestre de 2005 e já estava disponível em DVD quando arrebatou o Oscar de melhor filme.
A grande aposta do Oscar
2007 ainda inédita é a versão
para cinema do musical da
Broadway "Dreamgirls". Billy
Condon ("Deuses e Monstros")
comandou a glamourosa filmagem da saga rumo ao estrelado,
em plenos anos 60, de um trio
de cantoras negras em tudo similar a The Supremes. Beyoncé
Knowles lidera as garotas, enquanto Eddie Murphy tem a
melhor chance recente de ressuscitar sua carreira, interpretando o cantor decadente que
emprega as aspirantes para vocais de fundo. "Dreamgirls" estréia em 15 de dezembro nos
EUA e 16 de fevereiro no Brasil.
Ao lado de "Dreamgirls", três
filmes já lançados parecem
bem posicionados para ocupar
quatro dos cinco postos na disputa de melhor filme do próximo Oscar. São eles "Babel", de
Alejandro González Iñarritu
(19 de janeiro no Brasil), "A
Conquista da Honra", de Clint
Eastwood (2 de fevereiro), e
"Os Infiltrados", de Martin
Scorsese, ainda em cartaz.
"Babel" se impõe pelo escopo, pelo páthos e pela mensagem. "A Conquista da Honra" é
o "O Regresso do Soldado
Ryan" transposto da Normandia para Iwo Jima. Mesmo sendo um "remake", "Os Infiltrados" nos devolve o Scorsese de
20 anos atrás.
A briga é boa pela quinta vaga. Meu favorito seria "Bobby",
em que Emilio Estevez dramatiza, à moda de Altman, o dia do
assassinato de Robert Kennedy, mas sua estréia na semana passada não encontrou
maior respaldo crítico.
Por fora
Crescem assim as chances de
"The Queen", de Stephen
Frears, um sutil olhar sobre a
tempestade que atingiu a coroa
britânica durante o luto nacional pela morte da princesa Diana. Interpretando a rainha Elizabeth, Helen Mirren confere
inédita humanidade a um distante mito que nos acompanha
por mais de meio século.
Duas outras estréias de dezembro correm por fora. Em "O
Bom Pastor", Robert De Niro
assina seu segundo filme como
diretor para contar o nascimento da CIA, com a colaboração de um elenco peso-pesado
que inclui Matt Damon, Angelina Jolie, William Hurt e John
Turturro. Parece ser o "Syriana" do ano, isto é, o drama político da vez. Já Steven Soderbergh celebra os clássicos "Casablanca" (1940) e "O Terceiro
Homem" no ultra-estilizado
"The Good German", com
George Clooney, Cate Blanchett e Tobey Maguire.
Condon, Eastwood, Iñarritu
e Scorsese devem conquistar
indicações para a disputa de
melhor diretor. Por "Volver",
favorito para o Oscar de melhor
filme de língua não-inglesa, Pedro Almodóvar deve ser o quinto indicado nessa categoria.
Aos 74 anos e depois de sete
indicações sem prêmio, Peter
O'Toole ("Lawrence da Arábia") parece finalmente destinado a conquistar seu Oscar
por "Vênus", em que faz um veterano ator revitalizado pelo
encontro com uma adolescente. Seu principal concorrente é
Forest Whitaker ("Bird"). Em
"O Último Rei da Escócia", de
Kevin Macdonald (2 de fevereiro no Brasil), Whitaker compõe
um hipnótico retrato do ditador de Uganda Idi Amin Dada.
Will Smith ("À Procura da Felicidade"), Matt Damon ("O Bom
Pastor") e Leonardo DiCaprio
("Diamante de Sangue") devem
completar a lista.
Helen Mirren talvez seja a
grande favorita, em qualquer
categoria, a sair com um Oscar
na festa marcada para 25 de fevereiro. Suas concorrentes devem ser Meryl Streep ("O Diabo Veste Prada"), Penélope
Cruz ("Volver"), Judi Dench
("Notes On a Scandal") e Kate
Winslet ("Pecados Íntimos").
As indicações para a 79ª cerimônia do Oscar serão conhecidas em 23 de janeiro próximo.
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