São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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crítica

Longa não dá sentido às voltas que se propõe

CRÍTICO DA FOLHA

Colunista de política e economia internacional do diário "The Washington Post", o jornalista David Ignatius se especializou em romances de espionagem inspirados em ações da CIA, a central de inteligência dos EUA, como "Justa Causa" (1997), publicado no Brasil pela Record.
"Rede de Mentiras" adapta seu sexto e mais recente livro. Com temperatura equivalente à de uma reportagem, traz agentes norte-americanos no caldeirão de operações do Oriente Médio, em tentativa de desarmar onda terrorista desencadeada por organização islâmica.
Com essa matéria bruta, o diretor Ridley Scott -que recriou outro pesadelo dos EUA em "Falcão Negro em Perigo" (2001)- e o roteirista William Monahan -Oscar por "Os Infiltrados" (2006)- imprimem ritmo acelerado a uma história que salta de um país para outro como quem vai até a esquina e volta.
Um superagente da CIA (Leonardo DiCaprio) está no Iraque quando a trama começa, mas se desloca depois para a Jordânia, os Emirados Árabes Unidos e a Turquia, em operações acompanhadas por seu superior (Russell Crowe), com uso de tecnologia de ficção científica, a partir do quartel-general de Langley (Virgínia, EUA).
Obrigado a comprimir muita informação em pouco mais de duas horas, "Rede de Mentiras" não consegue o milagre de dar sentido a todas as suas peripécias e reviravoltas, além de recorrer a um conto de amor um tanto deslocado para lembrar, em surto politicamente correto, que o mundo islâmico não é feito só de terroristas. (SÉRGIO RIZZO)


REDE DE MENTIRAS
Produção: EUA, 2008
Direção: Ridley Scott
Quando: estréia hoje nos cines TAM, Bristol e circuito
Classificação: não indicado a menores de 16 anos
Avaliação: regular



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