São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

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Comida

Brinde à brasileira

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Os vitivinicultores brasileiros parecem estar rumando firme para um futuro borbulhante: a produção de espumantes não pára de aumentar. Segundo dados da União Brasileira de Vitivinicultura, foram elaborados em 2002 cerca de 4,3 milhões de litros desse tipo de vinho. O volume pulou para quase 5,5 milhões de litros em 2004 e atingiu a marca de 6,7 milhões em 2005.
Motivos não faltam para que a indústria foque neles. Além de ter um clima ideal para o consumo desses goles alegres e vivazes, o país tem terrenos como o da serra gaúcha, no Rio Grande do Sul, com entorno ideal -clima temperado, que permite obter vinhos menos alcoólicos, mais ácidos e delicados- e melhor, por exemplo, que o dos nossos poderosos vizinhos do Cone Sul, Chile e Argentina, que têm vinhedos em ambientes cálidos.
"Os lugares altos da serra, mais frios, são especiais para a elaboração de espumantes", disse à Folha um enólogo com experiência no tema: o chileno Mario Geisse, proprietário no sul da Cave de Amadeu, que chegou ao Brasil em 1973 para integrar-se à recém-criada Chandon -uma das pioneiras em apostar nas borbulhas de qualidade no país.
Mas o crescimento não tem sido apenas na quantidade. Houve progressos nos vinhedos e nas cantinas e isso tem se refletido na qualidade, animando muitas casas a lançar versões "premium" (melhores e, claro, bem mais caras) como a Excellence, da Chandon, já um clássico tupiniquim, ou a Salton Evidence, e até a criar alguns (belos) rosados.
Brancos ou rosés, topos de gama ou não, há um bom leque de espumantes nacionais com preços para todos os bolsos (veja uma seleção abaixo). Mas vale a pena lembrar alguns pontos para desfrutá-los plenamente. Esses vinhos devem ser servidos a uma temperatura de 6ºC a 8ºC. Basta para isso deixá-los por uns 20 ou 30 minutos num balde com água e gelo. É importante também abri-los com cuidado, pela alta pressão dentro das garrafas. Afaste o gargalo do rosto, remova a gaiola segurando bem a rolha e retire-a devagar, impedindo a saída brusca do gás (e a perda das charmosas bolhinhas) e evitando que ela escape causando estragos ao seu redor.


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