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Crítica
"Nosferatu" de Herzog é sombra do original
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Werner Herzog fez o certo e
fez tudo o que podia: nada mais
desejável do que um remake do
primeiro filme de Drácula, que
F.W. Murnau rodou com o título de "Nosferatu" (TC Cult,
15h35) para driblar a questão
dos direitos autorais, mas ao
qual, ninguém negará, imprimiu um acentuado toque germânico, com a idéia de um destino infausto primando sobre a
maldição de ser morto-vivo.
Herzog era o cineasta mais
indicado para conduzir um remake desses, até por ser, dos
realizadores alemães modernos, aquele mais ligado ao romantismo e o que está mais apto a reencontrar, com som e
com cores, a intensidade do filme original mudo.
Por fim, se Isabelle Adjani,
que é uma boa atriz, parece sobretudo uma concessão ao produtor francês, não há dúvida de
que o ator escolhido para fazer
o trágico vampiro tinha de ser
Klaus Kinski.
Tudo está perfeito, tudo está
no lugar. Mas quem viu o filme
de Murnau sabe que ainda é incomparável, e o de Herzog, embora notável, uma sombra.
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