São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2011

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PAINEL DAS LETRAS

JOSÉLIA AGUIAR joselia.aguiar@grupofolha.com.br

O futuro quando?

Nos EUA, onde é maior a adesão ao livro digital, 2011 começa com as perguntas de antes: quando livrarias de tijolos vão fechar e se grandes autores publicarão sem intermediários, explica à Folha Mike Shatzkin, organizador do Digital Book World. O evento, realizado na última semana em Nova York, debate vendas, enquanto o Tools of Change for Publishing, em fevereiro e similar em importância, se concentra na produção. No mundo, as dúvidas são: com que rapidez o livro eletrônico se disseminará e como o varejo local resistirá à hegemonia americana. Shatzkin estima entre 10% e 15% o percentual de americanos que leem livros digitais. Em outros países, não supera 1%.

 

Os números ainda são "medíocres" por aqui, afirma Luciana Villas-Boas, diretora da Record: "Vendemos até agora 37 exemplares eletrônicos". Na Objetiva, que ofereceu mais títulos, o diretor Roberto Feith diz que desde novembro foram 663 exemplares vendidos: "O aumento foi de 252% em um mês, depois do lançamento do iPad e do Galaxy no país".



COM AMOR, DRUMMOND
De Carlos Drummond de Andrade, cujo acervo é agora guardado no Instituto Moreira Salles, sai em maio o "Livro de Dedicatórias" (título provisório). Em três cadernetas, o poeta anotava o que escrevia ao autografar para amigos. Registrava ali também versos escritos em datas especiais, como quando viu o retrato de Maria, filha da poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. Outro volume, previsto para setembro, terá desenhos seus. A pesquisa no apartamento de Drummond ainda não terminou, mas o pé de jacarandá já foi plantado no jardim do IMS.

Acervo Instituto Moraes Salles
Drummond escreve para a filha de Sophia de Mello Breyner Andresen: "Conhecer de retrato é conhecer/uma criatura sombra de outra, apenas?/ Ou será que em instantânea descoberta,/ Maria,/ as almas passam na fotografia?// A tua vislumbrei, e ela sorria".

Ellroy, o elegante Gravata borboleta, óculos ovais, lenço vermelho: James Ellroy, autor de policiais como "Los Angeles - Cidade Proibida", é candidato ao posto de o mais elegante da próxima Flip. A Record informa que o americano aceitou o convite

Zizek de volta O mais pop entre os filósofos de esquerda volta aqui em maio. Até lá, a Boitempo lança mais dois livros de Slavoj Zizek: "Em Defesa das Causas Perdidas", já na semana que vem, e "Primeiro como Tragédia Depois como Farsa".

WikiLeaks em livros
O escândalo do WikiLeaks vira livro com velocidade. É sobre o tema o primeiro e-book que o "New York Times" lança na segunda. Sai só em formato digital. Random House e Perseus lançam, cada uma, um título em fevereiro.

"Escrevam mais" Joaquim Manuel de Macedo conclama em 1860: "Escrevam, que hoje há muitos que leem no Rio, o que falta é quem escreva". Antologia inédita de suas crônicas, organizada por Michelle Strzoda, sai pela Casa da Palavra.


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