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Promoção da reedição de Amado custa quase R$ 1 mi
Campanha da Companhia das Letras terá ainda CD com leitura da obra por Fernanda Montenegro e Lázaro Ramos
Divulgação teve anúncios com Saramago e Chico Buarque; também foram distribuídos DVDs com filme de João Moreira Salles
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando, na última terça-feira, o editor Luiz Schwarcz disse
"bem-vindo à inauguração da
Companhia das Letras", na festa em comemoração à reedição
da obra de Jorge Amado em São
Paulo, o exagero tinha seu fundo de razão. A noite, com Chico
Buarque e Caetano Veloso, entre outros, fez parte de campanha inédita da editora, orçada
em R$ 995 mil, para promover
os primeiros relançamentos.
"Sem dúvida, trata-se de uma
campanha sem precedentes
dentro da história da editora.
Mesmo porque é o maior acervo de um autor que a Companhia já comprou, com cerca de
33 títulos que, além das edições
normais, vão ganhar versões de
bolso", diz o editor.
A campanha, que já fazia parte do projeto de reedição apresentado no concurso aberto pela família Amado, teve direito a
displays em livrarias e anúncios em jornais com a prata da
casa, os escritores José Saramago, Chico Buarque, Rubem
Fonseca e Mia Couto, lendo as
novas edições dos livros.
Também foi colocado no ar
um website sobre a vida e a
obra do escritor baiano, no endereço www.jorgeamado.
com.br. E a editora distribuiu,
como brindes, DVDs do documentário "Jorge Amado", de
João Moreira Salles.
O próximo passo da campanha de promoção da reedição
de Amado será um CD da gravadora Biscoito Fino, em que
os atores Fernanda Montenegro e Lázaro Ramos lêem trechos dos livros já reeditados. A
leitura é acompanhada pelo
músico Francis Hime.
O CD será lançado em maio,
pouco antes da chegada às livrarias da nova leva de relançamentos, que inclui "Gabriela,
Cravo e Canela", "Terras do
Sem Fim", "A Descoberta da
América pelos Turcos" e "O
Gato Malhado e a Andorinha
Sinhá". Para esses títulos, a festa vai acontecer na Bahia.
Schwarcz faz questão de ressaltar que o braço mais importante de sua campanha são os
projetos educacionais, que prevêem cadernos de leitura para
professores, escritos por especialistas, concurso para estudantes criarem releituras da
obra de Jorge Amado etc.
"Primeiro queríamos recuperar a respeitabilidade da
obra, mostrando sua influência
em vários aspectos da cultura.
O objetivo agora é criar novas
gerações de leitores para seus
livros. Para isso, por ora, a
Companhia está bancando tudo. Mas estamos buscando
apoio e patrocínio de instituições e empresas que queiram
participar", diz o editor.
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