São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Promoção da reedição de Amado custa quase R$ 1 mi

Campanha da Companhia das Letras terá ainda CD com leitura da obra por Fernanda Montenegro e Lázaro Ramos

Divulgação teve anúncios com Saramago e Chico Buarque; também foram distribuídos DVDs com filme de João Moreira Salles

EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando, na última terça-feira, o editor Luiz Schwarcz disse "bem-vindo à inauguração da Companhia das Letras", na festa em comemoração à reedição da obra de Jorge Amado em São Paulo, o exagero tinha seu fundo de razão. A noite, com Chico Buarque e Caetano Veloso, entre outros, fez parte de campanha inédita da editora, orçada em R$ 995 mil, para promover os primeiros relançamentos.
"Sem dúvida, trata-se de uma campanha sem precedentes dentro da história da editora. Mesmo porque é o maior acervo de um autor que a Companhia já comprou, com cerca de 33 títulos que, além das edições normais, vão ganhar versões de bolso", diz o editor.
A campanha, que já fazia parte do projeto de reedição apresentado no concurso aberto pela família Amado, teve direito a displays em livrarias e anúncios em jornais com a prata da casa, os escritores José Saramago, Chico Buarque, Rubem Fonseca e Mia Couto, lendo as novas edições dos livros.
Também foi colocado no ar um website sobre a vida e a obra do escritor baiano, no endereço www.jorgeamado. com.br. E a editora distribuiu, como brindes, DVDs do documentário "Jorge Amado", de João Moreira Salles.
O próximo passo da campanha de promoção da reedição de Amado será um CD da gravadora Biscoito Fino, em que os atores Fernanda Montenegro e Lázaro Ramos lêem trechos dos livros já reeditados. A leitura é acompanhada pelo músico Francis Hime.
O CD será lançado em maio, pouco antes da chegada às livrarias da nova leva de relançamentos, que inclui "Gabriela, Cravo e Canela", "Terras do Sem Fim", "A Descoberta da América pelos Turcos" e "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá". Para esses títulos, a festa vai acontecer na Bahia.
Schwarcz faz questão de ressaltar que o braço mais importante de sua campanha são os projetos educacionais, que prevêem cadernos de leitura para professores, escritos por especialistas, concurso para estudantes criarem releituras da obra de Jorge Amado etc.
"Primeiro queríamos recuperar a respeitabilidade da obra, mostrando sua influência em vários aspectos da cultura. O objetivo agora é criar novas gerações de leitores para seus livros. Para isso, por ora, a Companhia está bancando tudo. Mas estamos buscando apoio e patrocínio de instituições e empresas que queiram participar", diz o editor.


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