São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Obras da América do Sul estão em galerias

Espaços em SP como a Leme e a Nara Roesler expõem colombiana e peruano

Segundo o galerista Eduardo Leme, continente tem artistas menos conhecidos em países como a Venezuela e a Bolívia

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

As galerias paulistanas parecem atentas à produção artística dos nossos vizinhos continentais, em especial a produzida por nomes mais jovens. Colômbia, Peru e Argentina exportam talentos de seus países para o circuito de arte de São Paulo, que exibe simultaneamente duas exposições com artistas sul-americanos.
Em termos internacionais, o destaque recai sobre a colombiana Rosario López Parra, 37, que esteve na última edição da Bienal de Veneza e apresenta uma instalação e uma série de 15 fotografias em mostra que fica em cartaz na galeria Nara Roesler até o próximo dia 5.
"A galeria tem o projeto do Roesler Hotel, que justamente busca apresentar nomes novos do exterior. E a América do Sul é um dos objetivos, pois tem artistas incríveis", afirma o galerista Daniel Roesler, responsável pelo projeto que já trouxe nomes como o uruguaio Martin Sastre, o argentino Dino Bruzzone e o mexicano José León Cerrillo, entre outros.
A exposição de Parra se baseia na série "Insufflare". Sua principal peça é uma grande estrutura feita com um tipo de papel alumínio de 14 metros, que é suspenso no ar com a ajuda de equipamentos no chão.
"Queria trabalhar com algo móvel, temporal e flexível, algo que representasse os nossos dias "líquidos'", diz ela. "Já as fotografias têm mais a ver com o registro poético da paisagem, algo que, para nós, colombianos, é retirado, em razão da nossa situação política."

Peru
Na galeria Leme, hoje é o último dia de "Marathon", enérgica exposição que mistura videoinstalação, performance e desenhos de Gabriel Acevedo Velarde, 31. Com influências de David Lynch e da geração YouTube, o peruano radicado em Berlim tem como peça principal um vídeo de 48 minutos.
Velarde é um dos nomes peruanos descobertos e representados pela galeria, dirigida por Eduardo Leme. "Foi meio ocasional, mas acabei descobrindo uma geração jovem muito criativa no país", conta ele. José Carlos Martinat e Sandra Gamarra, os outros peruanos da Leme, tiveram obras vendidas para a Tate Modern. O MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) também adquiriu pintura de Gamarra.
"São Paulo e Buenos Aires são centros de arte no continente, com um mercado mais sólido. É natural acolher esses artistas", avalia Leme. "Mas acho que há um grande potencial de novos artistas a ser descoberto em países como Venezuela e Bolívia."


INSUFFLARE
Quando:
de seg. a sex., das 10h às 19h, e sáb., das 11h às 15h; até 5/4
Onde: galeria Nara Roesler (av. Europa, 655, tel. 3063-2344)
Quanto: entrada franca

MARATHON
Quando:
hoje, das 10h às 17h
Onde: galeria Leme (r. Agostinho Cantu, 88, tel. 3814-8184)
Quanto: entrada franca


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